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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

4º episódio da série sobre o câncer 2016 – Jornal Nacional



Crise no Inca do Rio de Janeiro afeta tratamento de pacientes com câncerInstituto Nacional do Câncer foi criado para definir a política de combate à doença no país. No entanto, crise é a palavra que mais se ouve no local.

O Instituto Nacional do Câncer tem uma previsão triste para os próximos quatro anos: a de que essa doença, o câncer, deva se tornar a principal causa de morte de brasileiros.Na quarta reportagem da série que o Jornal Nacional dedica ao assunto nesta semana, a Graziela Azevedo e o Ronaldo de Souza mostram que o Inca enfrenta muitas dificuldades, neste momento.

“O Inca precisa de pessoal. O Inca precisa de espaço físico e o Inca precisa, principalmente, do entendimento dessas questões pelos gestores públicos”, diz o chefe de Urologia do Inca, Franz Campos.Há pelo menos 10 anos, crise é a palavra que mais se ouve no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.“Nós não podemos abrir todas as salas, nós temos menos cirurgias por conta disso. E muitos doentes são penitenciados por esses problemas que nós vivemos”, afirma o chefe de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Inca, Roberto Araújo Lima.Além de atender pacientes, o Inca tem a função de coordenar as políticas de prevenção e controle do câncer no Brasil.

“O que está faltando é capacidade de gestão. Acho que o que falta é uma visão de técnicos. Colocar os técnicos nos seus devidos lugares”, diz o ex-chefe de Cirurgia Abdominal e Pélvica do Inca, José Paulo de Jesus.O Inca perdeu funcionários e não consegue mais nem segurar os médicos que são formados lá. “Já no final da residência deles, eles já têm uma oferta muito grande de ir para o mercado privado, ganhando altos salários”, conta o vice-diretor geral do Inca, Luís Felipe Ribeiro Pinto.Mas é lá que são atendidos mais da metade dos pacientes com câncer que dependem do SUS no Rio de Janeiro. 

Por ser referência em pesquisa e tratamento, o Inca recebe também doentes de várias partes do Brasil. Quando o paciente consegue chegar e se tratar, os elogios são muitos.“Temos acompanhamento com psicólogo, temos acompanhamento com psiquiatra. Sinto muita segurança aqui”, relata Rosane Moraes, mãe de paciente.Mas no Inca, como em outros centros públicos de excelência, há também padecimento e espera. 

“Levou uns seis ou oito meses até que conseguimos. Marcou a cirurgia, aí ele veio, e agora foi feita a cirurgia, está correndo tudo bem”, diz Juarez Dias Petreiro, irmão de um paciente.Juarez acompanha o irmão, que passou por retirada e reconstrução da bexiga. Se tivesse descoberto o câncer no início, o tratamento seria bem simples e barato.É para diminuir a espera, as filas, que todos no Inca sonham com o prédio novo, que já deveria estar em construção. 

O Inca está na luta como seus pacientes.“Tenho certeza de que nós vamos retomar esse protagonismo, essa forma como o instituto sempre foi tratado e muito reconhecido pela população”, acredita o diretor geral do Inca, Luís Fernando Bouzas.O Ministério da Saúde admite que o Inca passou por problemas para se adaptar às exigências do Ministério Público em relação ao quadro de funcionários.“Nós tivemos que substituir 500 servidores de lá, gerou uma insatisfação e uma certa turbulência. Mas é uma instituição pacificada, com uma nova direção.

A cada movimento que o Ministério faz sempre é buscando o fortalecimento da instituição”, afirma secretário nacional de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame.Já houve um tempo em que o cidadão que não tinha recursos, plano privado ou carteira de trabalho assinada, deveria tentar a sorte em uma santa casa ou hospital de caridade. O doente nessas condições era chamado de indigente. O SUS foi criado na Constituição de 1988 para garantir a saúde como um dever do Estado e um direto de todos os brasileiros. E todos nós um dia já precisamos ou podemos precisar que esse sistema funcione.

Felipe está cercado do que há de melhor. Tem plano de saúde internacional e luta contra uma leucemia linfoide aguda em um hospital particular de São Paulo. “A única forma de salvar a vida dele é fazendo um transplante de medula”, afirma Victor Mattar Mucare, pai de Felipe.Um procedimento que depende do SUS. “Depende do sistema público, tivemos que fazer o cadastro sim no SUS e depende de o sistema público ser eficiente e rápido para encontrar”, relata o pai.

A cada problema aumenta a agonia. Às vezes o doador mudou de endereço, não avisou e não foi encontrado. Às vezes, o serviço que coleta sangue está limitado por verbas e cotas e não recebe novos doadores.A espera já passa de oito meses e não tem sido fácil. Para Marcel, também não. Ele conseguiu doador compatível, mas, como se trata pelo SUS, o que faltou para ele foi leito. O Redome tem 28 funcionários e um sistema de informática que une quem espera por medula a doadores cadastrados.“É hoje o terceiro maior registro de doadores do mundo, tem cerca de 3,8 milhões doadores cadastrados e é muito importante para aqueles que precisam realizar um transplante de medula óssea”, afirma Luís Fernando Bouzas.Quem ainda não achou doador compatível quer mais gente no cadastro e faz um apelo a todos.

“Que o brasileiro se conscientize que ele tem que atualizar o cadastro dele junto ao Redome, entrar no site do Inca e fazer a atualização. Segundo, que o Redome tenha mais pessoas para trabalhar lá. Que o Governo Federal injete recursos lá para que o sistema funcione rapidamente e adequadamente”, pede Vitor Mattar Mucare, pai de Felipe.O menino Felipe continua internado à espera de um doador compatível. 

Outro menino citado na reportagem, o Marcel, fez o transplante de medula e passa bem.Uma informação importante: quanto maior for a diversidade genética do banco de doadores, maiores são as chances de quem está na fila. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, o número de doadores ainda é considerado pequeno. Já no Sul e no Sudeste, é fundamental que os doadores mantenham os dados de contato atualizados.



Publicado por Combate ao Câncer em Quinta, 4 de fevereiro de 2016


http://www.combateaocancer.com/4o-episodio-da-serie-sobre-o-cancer-2016-jornal-nacional/

abs
Carla

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