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sábado, 20 de fevereiro de 2016

5º episódio da série sobre o câncer 2016 – Jornal Nacional


Demora no início do tratamento faz brasileiros conviverem com o câncerÚltima reportagem da série especial mostra que a dificuldade de conseguir tratamento depois do diagnóstico pode reduzir as chances de cura.Na última reportagem da série especial sobre o câncer no Brasil, o Jornal Nacional mostra que a dificuldade de conseguir tratamento depois do diagnóstico, pode reduzir as chances de cura. A pessoa tem que aprender a conviver com a doença. É nessa hora que começa a batalha por prolongar a vida com qualidade.Uma jovem aproveitando cada momento de prazer. E de repente chega a notícia: ela tem câncer.“O mundo caiu ali.

Naquele exato momento”, conta Karina Pereira de Oliveira, corretora de imóveis.Mas é em seguida que vem o verdadeiro tsunami.“A notícia da metástase foi pior que a do próprio câncer. Porque o que ocorre? Quando você pensa em metástase você pensa: eu vou morrer”, diz.Tudo isso foi há dois anos. Karina tinha começado a quimioterapia quando descobriu que a doença estava também no pulmão, no fígado, em alguns ossos. Ela conta que o primeiro clínico que a atendeu no posto de saúde não quis examinar todos os nódulos que tinha.Karina: Ele examinou da axila, mas do seio ele se recusou. Ele não quis olhar.

Jornal Nacional: Nem te encaminhou?Karina: Não.Jornal Nacional: Isso atrasou o diagnóstico?Karina: Isso foi em abril de 2013 e o diagnóstico foi em julho.O Brasil registra cerca de 50 mil novos casos de câncer de mama por ano. Segundo estudo publicado na revista médica Lancet, enquanto nos Estados Unidos cerca de 60% das mulheres descobrem a doença nos estágios iniciais e fáceis de tratar, aqui isso só acontece em 20% dos casos.A falta de consultas e exames nos serviços públicos põe as brasileiras em risco.“O nódulo, quando ele é palpável do tamanho de uma azeitona, ele é curável em mais de 80% das vezes.

Se ele cresce e chega a atingir o tamanho de um limão, nós curamos 50%. Se chega ao tamanho de uma laranja – que é onde predominam em algumas regiões do Brasil – a chance de cura é bem menor”, aponta Luiz Henrique Gebrim, diretor médico do Hospital Pérola Byington.Quase metade das pacientes com câncer de mama, que usam o SUS na cidade de São Paulo, é tratada no Hospital Pérola Byington. O diretor do hospital defende uma sequência de medidas para enfrentar a doença: treinar médicos e enfermeiras para o exame de apalpação das mamas e acelerar as biopsias são tão importantes quanto garantir a mamografia e o diagnóstico rápido dos casos suspeitos.“No Hospital Estadual Pérola Byington, nós reduzimos de 40% a incidência de câncer avançado pra 20%, reduzindo só o início de tratamento em função da biopsia”, afirma o diretor.

A cura é sempre o principal objetivo de quem luta contra o câncer. Mas há um grupo de pacientes que descobre a doença mais tarde. Gente que perde a batalha da cura e passa a enfrentar uma outra: a batalha por mais tempo.No caso da Rayssa da Cunha Medeiros, o tempo teve a cara rechonchuda de um milagre. Ela descobriu e começou a tratar um câncer de mama quando estava grávida. E a metástase veio depois que Gabriel nasceu. O tratamento deu a ele a chance de conhecer e conviver com a mãe. Gabriel já tem seis anos.“Esses medicamentos que tomo hoje, eles me deixam mais tempo aqui pra cuidar do meu filho e eu tenho uma qualidade de vida muito boa, graças a Deus. Conheço várias pessoas que são tratadas pelo SUS e que não estão mais aqui pra contar a história, amigas minhas. Realmente as vezes o tratamento pelo SUS é mais desumano que a própria doença”, comenta a administradora.A quimioterapia é um coquetel usado para conter ou destruir as células do câncer.

Conseguir as drogas mais avançadas no SUS não é fácil. Doutor Hézio conhece as duas realidades. Tem consultório particular e está na linha de frente do serviço público.Jornal Nacional: Quantos pacientes o senhor vai atender hoje?Dr. Hézio Jadir Fernandes Júnior, diretor clínico do Instituto do câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho: Hoje são entre 55 e 60 pacientes.Jornal Nacional: É muita gente.Dr. Hézio: É bastante.É um senhor desafio e ele ainda tem que ficar de olho na tabela colada na mesa de trabalho. Lá estão os tratamentos e remédios que o SUS cobre para cada tipo de câncer.Jornal Nacional: Essa tabela é renovada com frequência?Dr. Hézio: Não.Jornal Nacional: E isso limita o trabalho do médico do SUS?Dr. Hézio: Sim, com certeza.

Você tem que encaixar o seu paciente naquilo que o SUS paga pra sua instituição. Não é o mesmo que você faz na medicina privada. Um dos remédios que ajudam a manter Rayssa viva é o mesmo que Karina sonha em usar: o trastuzumabe. Mas no SUS ele só é liberado para quem não tem metástase.“Um absurdo. Um absurdo porque se eu me trato de câncer, você se trata de câncer, eu tenho direito como você também tem”, lamenta.O Ministério da Saúde reconhece que a luta dos pacientes é legítima, mas argumenta que o sistema tem que atender o maior número possível de pessoas.

“A dificuldade do Sistema Único de Saúde é o tamanho dele. E mesmo que nós tivéssemos recursos ilimitados, nós não incorporaríamos tudo. Então casos isolados eles nos mobilizam sim, mas eles são extrapoláveis pra uma política de saúde nacional ou não. Pode ter um benefício pra um indivíduo? Sim. Isso significa que tenho que extrapolar pra todos os indivíduos que são atendidos? Talvez não”, aponta Alberto Beltrame, secretário nacional de Atenção à Saúde.“Eu acho que obviamente deve haver uma negociação do governo com as indústrias farmacêuticas existem obviamente jeitos de tentar diminuir o custo.

Se você não tiver investimento, não tiver melhor gestão, você vai ter uma dificuldade gigantesca de aparelhar o sistema do modo consciente e racional pra poder ajudar o maior número de brasileiros e brasileiras”, comenta Fernando Cotait Maluf, diretor do Centro Oncológico Antônio Ermírio De Moraes – SP.Um relatório do Tribunal de Contas da União mostra que o governo paga caro demais pelos remédios. Em 43 dos 50 princípios ativos mais vendidos em 2010, o Brasil pagava preços mais altos que a média internacional. Um exemplo que chamou a atenção foi exatamente o do trastuzumabe.

Em dezembro de 2012, o Ministério da Saúde economizou bastante comprando um lote grande – mais de 19 mil unidades do remédio para o câncer de mama. Pagou R$ 3.423,20 por unidade. No mesmo ano, a mesma droga chegou a ser comprada por R$ 9.206,00 – o triplo do valor.“O Ministério da Saúde tem feito compras centralizadas em volume cada vez maior de medicamentos. Nós temos medicamentos aqui, dependendo das negociações feitas, que tem preços menores do que os internacionais. O gestor tem que estar muito atento na forma em que isso se apresenta”, diz Alberto Beltrame.

A batalha para conseguir remédio não é a única pra Karina. Ela trata o câncer de mama num lugar, o de osso em outro e faz exames e aplicações num terceiro hospital.É o jeito que a moça bonita e alegre encontrou de ir dando corda no relógio da vida.“Eu quero aproveitar mais aquilo que é novo que está aparecendo na minha vida. Eu dou meu jeito, eu corro atrás”, afirma Karina.Na quinta-feira (28) o Jornal Nacional mostrou a importância de que doadores de medula mantenham seus cadastros atualizados no Redome.

Os brasileiros atenderam! E o número de atualizações que girava em torno de 150 por dia, saltou para mais de 2,4 mil.O pico de acesso aconteceu logo depois de a reportagem ir ao ar. Foi um movimento tão grande que algumas mensagens de erro surgiram no site, mas o Redome garante que todas as atualizações foram processadas.



Publicado por Combate ao Câncer em Sexta, 5 de fevereiro de 2016

abs
Carla

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