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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Vacina contra herpes-zóster está disponível no Brasil

http://www.senhorasesenhores.com/wp-content/uploads/2014/11/Você teve catapora na infância? Cuidou de alguém que teve? Se a resposta for sim, você pode ter, alojado em seu corpo, um vírus adormecido que está esperando o momento certo para atacar novamente.
E se ele acordar, o resultado será o herpes-zóster ou cobreiro, uma infecção grave, que causa bolhas na pele e dor muito forte.
A boa notícia é que já existe no Brasil uma vacina que ajuda a reduzir a incidência desta doença e a atenuar a gravidade do quadro clínico, caso se manifeste.
Para conhecer um pouco mais sobre o herpes-zóster, seus sintomas, tratamentos e prevenção, o portal Senhoras & Senhores entrevistou com exclusividade a geriatra Cristiane Comelato, membro titular da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Senhoras & Senhores – O que é o herpes-zóster?

Cristiane Comelato – Trata-se de um tipo de infecção causada pelo mesmo vírus da catapora na infância, o varicela-zóster, que fica adormecido, alojado na coluna, e, com o envelhecimento, pode voltar. Ele causa bolhinhas ou vesículas de água na pele, que aparecem em áreas que nós médicos chamamos de dermátomos, ou seja, por onde passam os nervos. Há também muita dor. Após os 50 anos, o vírus pode ser reativado pela queda natural da imunidade no organismo. A essa condição chamamos de imunossenescência.

SS – Todas as pessoas que tiveram catapora na infância correm o risco de desenvolver herpes-zóster?

CC – Só tem herpes-zóster quem teve catapora e, no Brasil, quase 97% da população teve contato com o vírus. Por isso, o herpes-zóster é muito comum em pacientes que estão envelhecendo. Sabemos que um em cada três pacientes acima dos 60 anos vai ter um episódio de herpes-zóster ao menos uma vez na vida.

SS – Quais são os sintomas?

CC – Os sintomas são diversos. O mais importante é uma dor aguda e debilitante, que dizem ser uma das piores que o ser humano pode sentir e é de difícil controle. Temos ainda as bolhas e, depois que elas estouram, as feridas. Esses são os primeiros sintomas. Há pacientes que relatam ainda coceira, formigamento e queimação. Normalmente, a doença atinge só um lado do corpo.

SS – Você disse que o vírus fica alojado na coluna. Ele pode afetá-la?

CC – Não. Ele fica alojado em um nervo da coluna espinhal, mas não a ataca. Ele só ataca o nervo que sai da coluna. No geral, 70% das manifestações são nas costas ou no peito, 20% dos casos são na face (olhos e boca) e em 10%, nas pernas.

SS – Qual é o tratamento?

CC – É feito a partir de remédios antiviriais, analgésicos, anti-inflamatórios e  anticonvulsivantes, que reduzem as complicações.

SS – É possível prevenir o aparecimento do herpes-zóster?

CC – Sim. Existe uma vacina, que ajuda também a prevenir uma complicação chamada neuralgia pós-herpética. Depois que a doença é tratada, o paciente pode ficar com dor no nervo, que dura meses ou anos. É uma terrível complicação que a gente tenta evitar a todo custo.

SS – Esta vacina é nova?

CC – Esta vacina foi aprovada nos Estados Unidos em 2006. No Brasil, ela chegou no início de 2014 e está sendo bastante difundida. Infelizmente, ela ainda não é encontrada no SUS. Por enquanto, só está disponível em clínicas particulares, sendo o preço um fator limitante para nós brasileiros. Hoje, uma dose custa em torno de R$ 400,00.

SS – A vacina é segura?

CC – Ela é bastante segura. Nos Estados Unidos, há estudos que mostram boas respostas tanto na diminuição do herpes-zóster, quanto da neuralgia pós-herpética.

SS – Qual é a indicação?

CC –  A vacina é indicada para adultos acima de 50 anos, contudo sabe-se que a resposta é ainda mais eficaz quando tomada entre 60 e 69 anos. A aplicação é no braço, por via subcutânea, em dose única. Por enquanto, ainda não há dados sobre a necessidade de reforço.

SS – Levando-se em consideração que 97% dos brasileiros tiveram contato com o vírus na infância, não é o caso de se fazer uma campanha de vacinação?

CC – É uma questão de saúde pública com certeza. Mas, como a chegada da vacina é recente, o SUS ainda não tem estudos com a população brasileira. No entanto, acredito que a longo prazo campanhas serão inevitáveis. A vacina é cara, mas quando o SUS reconhecer que são muito maiores os custos da internação, do antiviral, do analgésico, do anti-inflamatório e do tratamento tópico das lesões, creio que o benefício da vacinação será reconhecido.


SS – O que dizem os estudos sobre a eficácia desta vacina?
CC – Os estudos internacionais mostram uma redução da gravidade da doença e da duração do tempo da dor. Eles mostram também redução no aparecimento do herpes-zóster em aproximadamente 50% dos pacientes e diminuição da neuralgia pós-herpética em 70%. É bastante.
SS – Pais de crianças que tiveram catapora, e que hoje são idosos, podem desenvolver a doença?

CC – Possivelmente. Há grande chance de terem tido contato com o vírus, sem manifestar a doença. Provavelmente, o vírus está alojados neles. Com a queda da imunidade no organismo, a doença poderá aparecer.

SS – Você recomenda que a pessoa se vacine contra o herpes-zóster?

CC – O calendário vacinal do idoso recomenda fortemente o uso de todas as vacinas disponíveis, inclusive a do herpes-zóster. Contudo, há pessoas que não podem tomar a vacina.

SS – Quem não pode?

CC – Esta é uma vacina de vírus vivo atenuado, ao contrário da vacina da gripe, que é de vírus morto. Ele entra no nosso organismo e produz anticorpos contra a doença. Pessoas que têm alergia ou hipersensibilidade à gelatina ou à neomicina, utilizadas como veículos, não podem tomá-la. Além dessas, pacientes que estão com febre na vigência da vacinação, que tenham imunidade baixa, que estão fazendo quimioterapia, que tenham leucemia, linfoma, doenças imunossupressoras como o HIV e tuberculose ativa. Por fim, as grávidas não podem tomar de jeito nenhum por risco de malformação fetal.

SS – Uma pessoa que teve herpes-zóster e tratou pode tomar a vacina ou é tarde demais?

CC – Não, não é tarde. Ela pode tomar a vacina, mas a recomendação é que espere ao menos um ano após o episódio. Se a pessoa teve herpes-zóster, é provável que a doença se manifeste novamente pois a recorrência é alta. Assim, a vacina ajuda a minimizar esta incidência e a diminuir a gravidade, caso ela volte.

SS – É importante levar a sério a vacinação, não é?

CC – É importante desmistificar as vacinas. Do mesmo jeito que, na criança, há imaturidade do sistema imunológico, no idoso, há uma diminuição das defesas. Por isso, eu recomendo fortemente que sejam tomadas todas as vacinas do calendário vacinal do idoso.

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://www.senhorasesenhores.com/vacina-contra-herpes-zoster-esta-disponivel-brasil/


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