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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A alimentação nas crianças e jovens em pré-diálise

Doença Renal Crónica (DRC) tem apresentado uma incidência e prevalência crescentes na idade pediátrica.
 
 
A etiologia da DRC na infância apresenta um perfil distinto da relatada no adulto. Enquanto nos adultos as principais causas são a hipertensão arterial e a diabetes mellitus, na criança as causas congénitas são as principais responsáveis. Outros factores, tais como hipertensão arterial, obesidade e baixo peso à nascença são também potenciais fatores para o desenvolvimento de doença renal. Nas crianças com Insuficiência Renal Crónica (IRC) é comum existir desnutrição energético-proteica e atraso de crescimento.
 
 
O tratamento nutricional do doente pediátrico com IRC deve ter sempre em conta o seu crescimento e desenvolvimento.
 
 

Os objetivos principais do tratamento nutricional em crianças com IRC são o favorecimento do crescimento, a redução do grau de desnutrição bem como atrasar a evolução da doença.

 
 
Nas crianças com IRC, uma alimentação correta e equilibrada é fundamental para que ocorra um crescimento e desenvolvimento saudáveis durante a infância e adolescência. Neste contexto, a terapia nutricional exerce um importante papel na redução e até na estabilização do ritmo de progressão da doença.
 
 
As recomendações nutricionais para a criança com IRC são as mesmas para a criança saudável (RDA), dependendo da sua idade e sexo.
 
 
A ingestão proteica recomendada para estas crianças tem também em consideração as RDA, sendo maioritariamente de alto valor biológico. No entanto, na fase pré- diálise ou conservadora, podem necessitar de uma alimentação com maior densidade energética e com ligeira restrição proteica, uma vez que a população em geral excede as recomendações. Nesta situação, aumenta-se o aporte calórico à custa de hidratos de carbono (açúcares) e gordura, e limita-se a ingestão de alimentos ricos em proteínas, principalmente os de origem animal, como: carne, peixe, ovos e lacticínios.
 
 
Relativamente ao sódio apenas as crianças que apresentarem edema ou hipertensão é que irão ter necessidade de fazer restrição de sódio. Nesses casos, recomenda-se uma restrição de sódio de 23 a 46 mg/kg/dia.
 
 

O sódio encontra-se distribuído nos alimentos, principalmente nos de origem animal.

 
 
Em termos práticos deve-se limitar ou mesmo suprimir a ingestão de alguns produtos alimentares, entre os quais:
  • batatas fritas de pacote;
  • aperitivos salgados;
  • queijos;
  • produtos de charcutaria e fumados;
  • enlatados e conservas;
  • alimentos pré-confecionados;
  • molhos.
 
 
Na maioria dos casos, numa fase pré-diálise não é necessário fazer uma restrição da ingestão de potássio, contudo, o uso de diuréticos pode aumentar a sua excreção urinária, assim como, o uso de alguns medicamentos anti-hipertensores pode aumentar o nível sérico de potássio. Portanto, deve fazer-se uma reavaliação de forma a determinara necessidade de restrição ou suplementação deste mineral.
 
 
O fósforo em conjunto com o cálcio, garante a formação e manutenção dos ossos e dentes. Na insuficiência renal, os níveis de fósforo no sangue sobem devido à incapacidade dos rins o filtrarem. Como consequência, o cálcio é removido dos ossos, tornando-os mais frágeis. Consequentemente, é essencial a manutenção de níveis sanguíneos adequados destes minerais.
 
 
Na presença de níveis baixos de cálcio recomenda-se o uso da vitamina D para aumentar a absorção intestinal e a sua suplementação através de sais de cálcio. Na presença de hiperfosfatemia (fósforo elevado), recomenda-se restringir a ingestão desse mineral (600 a 800mg/dia), associada ao uso de quelantes de fósforo.
 
 
O fósforo encontra-se distribuído em grande parte dos alimentos, dentro os quais podemos destacar:
  • leite e derivados (queijo, iogurtes, leite em pó);
  • carne, peixe e ovos;
  • leguminosas secas e verdes (grão, feijão, favas, ervilhas, soja, lentilhas);
  • frutos secos (nozes, amêndoas, pinhões,…);
  • conservas e produtos fumados;
  • órgãos e vísceras animais;
  • cereais integrais.
 
 
Líquidos:
 
Na fase pré-diálise normalmente não é necessário fazer restrição de líquidos, excepto quando existe uma retenção hídrica grave ou hipertensão.
 
De um modo geral, recomenda-se 500 a 600ml de líquidos a mais do que a excreção urinária de 24h.
 
 
 
 
Bibliografia:
Pereira, AM, Martins C. Nutrição na Criança com Insuficiência Renal Crónica. In: Riella MC, Martins C. Nutrição e o Rim. Guanabara Koogan: pp.240-246.
Rashid R, Neill E, Maxwell H, Ahmed SF. Growth and body composition in children with chronic kidney disease. British Journal of Nutrition. 2007; 97:232-238.
Rees L, Shaw V. Nutrition in children with CRF and on dialysis. Pediar Nephrol. 2007;22: 1689-1702. 4. Brecheret, AP; Fagundes, U; Andrade, MC; Carvalhaes, JTA. Avaliação nutricional de crianças com doença renal crônica. Rev Paul Pediatr 2009;27(2):148-53.
 
Joana Moutinho
 obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:http://www.portaldadialise.com/articles/alimentacao-nas-criancas-e-jovens-em-pre-dialise

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