Powered By Blogger

sábado, 22 de dezembro de 2018

Descoberta razão biológica para Síndrome do Entardecer em Idosos com Demência

Alterações no cérebro de ratos, idosos foram associadas a ansiedade, agitação e delírio poucas horas antes de dormir.
Um novo estudo fornece a melhor prova até agora de que a ansiedade e a agitação ao fim do dia, várias vezes observada em idosos institucionalizados, especialmente aqueles com demência, têm uma base biológica no cérebro. As descobertas podem ajudar a explicar a síndrome do entardecer, em que os idosos apresentam níveis elevados de ansiedade, agitação, atividade geral e delírio, poucas horas antes do horário normal de dormir.
"É um grande problema para os cuidadores. Os pacientes podem ficar agressivos e muito perturbados. Há alguns estudos clínicos que documentam o distúrbio, mas até agora não houve pesquisa em animais para ver o que está acontecendo no cérebro", disse a pesquisadora Tracy Bedrosian, doutoranda em neurociência na Ohio State University.
O novo estudo descobriu que ratos em idade avançada estavam significativamente mais ativos e demonstravam mais comportamentos semelhantes à ansiedade nas horas antes de dormir, em comparação com ratos de meia idade, assim como as características da síndrome do entardecer nos seres humanos.
Os pesquisadores encontraram alterações em algumas partes do cérebro dos ratos idosos associadas a atenção, emoções e excitação e todas poderiam estar associadas ao comportamento observado na síndrome do entardecer. Além disso, ratos geneticamente modificados para ter uma doença semelhante ao mal de Alzheimer também demonstraram mais ansiedade antes de dormir do que os demais.
"Algumas pessoas têm argumentado que a síndrome do entardecer só poderia ser explicada pelo acúmulo de frustração das pessoas idosas que não conseguiam comunicar as suas necessidades ao longo do dia ou por outros fatores. Mas nossas descobertas sugerem que há um fenômeno real acontecendo aqui e que ele tem uma base biológica", disse o professor de neurociência e psicologia Randy Nelson, da Ohio State University.
No primeiro experimento, os pesquisadores compararam ratos adultos de meia-idade (7 meses) com ratos idosos (29 meses) que se assemelham a seres humanos em seus 80 anos. Os resultados mostraram que os ratos com idade avançada eram mais ativos do que os de meia idade nas duas ou três horas anteriores ao horário habitual de dormir.
À noite, quando os ratos de meia idade se desaceleravam em comparação com os níveis do pico de atividade, os camundongos idosos mantinham o ritmo constante que demonstraram durante todo o período ativo. Os ratos foram testados para comportamentos semelhantes à ansiedade em dois momentos diferentes durante as horas de vigília. Eles foram colocados em um labirinto onde podiam explorar áreas abertas, que produzem mais ansiedade, ou se esconder em áreas fechadas.
Os ratos de meia-idade apresentaram níveis consistentes de ansiedade em ambos os momentos do dia. No entanto, os ratos idosos demonstraram mais ansiedade quando foram testados logo antes do horário em que teriam ido dormir, o que é consistente com a síndrome do entardecer.
Houve também diferenças quando os cérebros dos ratos idosos foram comparados aos de ratos de meia idade. Os pesquisadores estudaram especificamente o sistema colinérgico, porque a perda da função neste sistema está associada à demência e a muitas das mudanças circadianas relacionadas com o envelhecimento.
Os ratos idosos apresentaram mais expressão da enzima acetilcolinesterase antes de dormir do que no início do dia. Os altos níveis desta enzima estão associados com ansiedade e agitação.
Nelson observou que as drogas usadas para controlar os níveis da acetilcolinesterase às vezes são utilizadas em pacientes com demência, embora não se tivesse encontrado qualquer evidência científica de que ele realmente tem um efeito sobre a síndrome do entardecer. "Estes medicamentos foram prescritos para outros fins, mas também pareceram acalmar os pacientes. Agora temos algumas evidências sobre o motivo de eles funcionarem", disse Nelson.
Os pesquisadores também descobriram diferenças na expressão de duas outras proteínas no cérebro dos ratos idosos que também estão associadas a distúrbios comportamentais. "Todos estes resultados convergem para sugerir que há mudanças nos sistemas colinérgicos dos ratos idosos que podem estar contribuindo para os sintomas de ansiedade e agitação que documentamos", aponta Bedrosian.
Nelson disse que uma das teorias sobre a síndrome do entardecer é que ela está ligada às perturbações que ocorrem frequentemente nos relógios biológicos dos idosos, no ponto em que os ciclos de sono-vigília são fragmentados. Para testar esta teoria, os pesquisadores também trataram os ratos idosos com melatonina durante quatro semanas, a fim de ajudar a consolidar os ritmos circadianos. No entanto, este tratamento não funcionou para reduzir os problemas de ansiedade dos ratos.
Nelson acredita que a melatonina por si só não pode funcionar porque ela não lida com as interrupções no sistema colinérgico identificadas neste estudo. "Precisamos estudar se o tratamento da disfunção colinérgica sozinho ou em combinação com o tratamento de melatonina ajudará a lidar com os sintomas da síndrome do entardecer", destacou.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
https://www.facebook.com/mirtesmaria.antunes/posts/1981145605285585

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla