Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM
or site em 2 de março de 2012
A gestação determina uma série de transformações na vida de uma mulher. Essas alterações, que são esperadas no desenrolar da gravidez, podem também gerar ansiedade para a gestante e sua família. Entender quais cuidados especiais são necessários nesta fase fazem com que a gestação se desenvolva de forma adequada e mais tranquila. Para a vida de uma futura mamãe com diabetes não é diferente. Contudo, as precauções e as necessidades são mais específicas. Seguem abaixo 10 coisas que toda gestante com diabetes deve fazer e saber.
1 – É muito importante planejar a gravidez para que a futura mamãe esteja recebendo o devido tratamento. A glicose e a hemoglobina glicada devem estar bem controladas antes mesmo de engravidar. A maioria das malformações que acontecem nos filhos de mães com diabetes afetam órgãos que se formam bem no início da gravidez, nas oito primeiras semanas de vida intrauterina. Este risco fica muito menor quando a glicose da mãe nesta fase está em níveis adequados.
2 – As malformações fetais não ocorrem em 100% dos filhos de mulheres com diabetes. Caso a mãe engravide sem ter planejado, a melhora do controle da glicose desde o início da gravidez reduz muito os riscos de complicações, tanto para a mãe quanto para o bebê. O ideal é procurar adequar o tratamento e iniciar o acompanhamento médico pré-natal rapidamente.
3 – O excesso de glicose no sangue da gestante ultrapassa a placenta e chega ao sangue fetal. O feto reage produzindo mais insulina e isso pode levar ao risco do recém-nascido apresentar ganho de peso excessivo, partos mais difíceis ou hipoglicemia. A boa notícia é que o controle glicêmico adequado ao longo da gravidez evita estas complicações.
4 – Muitas mães se sentem culpadas e temerosas de que o filho venha a ter problemas por conta do diabetes. O apoio da família e, em determinados casos, de um psicólogo são importantíssimos nesta fase.
5 – Mulheres com diabetes que usam medicação oral não devem interromper o seu uso até a consulta médica, que deve ser providenciada o mais breve possível. Até o presente momento existem poucos estudos que comprovam a eficácia e segurança de antidiabéticos orais. Por isso, não são recomendados para realizar o controle de glicemia das gestantes. Mesmo atravessando a barreira placentária, porém em pouca quantidade, a insulina é o método mais indicado pelos médicos para manter a glicemia controlada.
6 – A automonitorização glicêmica, que é a prática de medir e regulamentar a sua própria glicemia através de fitas e aparelhos de uso doméstico, é fundamental na época da gestação. Junto ao pré-natal, é importantíssimo que a futura mamãe o realize constantemente, com orientação médica.
7 – A mulher deve ainda ser incentivada a realizar atividades físicas com exercícios próprios para gestantes, como hidroginástica, caminhadas e aulas de alongamento e relaxamento corporal. Porém, sempre respeitando seus limites. Entretanto, a gestante deve sempre solicitar a orientação do médico sobre o que pode fazer.
8 – É importantíssimo cuidar da alimentação, praticar exercícios e realizar os exames recomendados, como pesquisa de proteína de urina e avaliação oftalmológica no início e ao longo da gestação, de acordo com a indicação médica.
9 – A escolha do tipo de parto, se normal ou a cesárea, vai depender bastante do estado de saúde da mãe e do controle do diabetes. Por isso, há necessidade de uma assistência médica constante, de preferência com um obstetra especializado em gestações de alto risco.
10 – Independente do parto ser normal ou cesáreo, a mãe tem que ter uma assistência médica constante e solicitar orientação do médico de como proceder após o nascimento do bebê. A necessidade de insulina diminui após o nascimento, podendo provocar hipoglicemia na mãe se for mantida a mesma dose que fazia uso durante a gravidez. O número de gestações bem sucedidas de mulheres com diabetes, com mãe e bebê perfeitamente saudáveis e sem complicações, a cada dia aumenta mais, principalmente devido à compreensão da necessidade de cuidados adequados nesta importante fase da vida.
Consultoria da Dra. Lenita Zajdenverg, membro da SBEM e Coordenadora do Departamento de Diabetes e Gravidez da Sociedade Brasileira de Diabetes
FONTE: https://www.endocrino.org.br/
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abs.
Carla
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