Hcor Explica / Cardiologia
Um alerta sobre doença arterial coronária em mulheres
Um alerta sobre doença arterial coronária em mulheres
Paralelamente, as mulheres vivem experiências únicas como a gravidez e a menopausa, que podem aumentar o seu risco cardiovascular.
A presença de doenças inflamatórias e autoimunes, depressão, síndrome dos ovários policísticos, uso de contraceptivo hormonal, doença hipertensiva da gravidez, diabetes gestacional e terapia hormonal na menopausa podem contribuir para o aumento dos eventos cardiovasculares nesta população.
Adicionalmente, uma atenção especial deve ser voltada a maior ocorrência de burnout em mulheres, além da exposição às situações de vulnerabilidade social que necessitam de ações específicas complexas.
Um aspecto importante a ser ressaltado é a necessidade de se ampliar o conhecimento a respeito deste tema relevante. Para se ter uma ideia, estima-se que 60 milhões de mulheres nos EUA vivam com alguma forma de doença cardiovascular, entretanto, apenas cerca da metade (56%) reconhece esta como a principal causa de mortalidade entre elas.
Por essa razão, as mulheres comumente negligenciam os próprios sintomas, a ponto de recorrerem mais tardiamente aos serviços de saúde diante de um quadro de infarto do miocárdio, por exemplo. Não raro também é a demora no diagnóstico médico por desconhecimento de aspectos importantes. Como exemplo, podemos citar a presença de sintomas atípicos que muitas vezes não são valorizados e acabam sendo relacionados a quadros de ansiedade. Este atraso no diagnóstico, infelizmente, exerce impacto negativo na sobrevida.
Algumas situações específicas relacionam-se a mecanismos fisiopatológicos menos frequentes e se traduzem em apresentações clínicas de isquemia miocárdica ainda mais desafiadoras, como é o caso da erosão/rotura de placas ateroscleróticas não obstrutivas, dissecção espontânea da artéria coronária, vasoespasmo e embolia/trombose coronariana.
A isquemia miocárdica sem lesões coronárias obstrutivas é mais prevalente no sexo feminino e por não ser comumente diagnosticada, está relacionada a sintomas redicivantes, internações frequentes e procedimentos médicos repetidos, como é o caso da coronariografia.
Diante do cenário atual, é necessário implementar estratégias que visem controlar os fatores de risco, ampliar o diagnóstico e oferecer uma abordagem terapêutica ampla e individualizada.
Deve-se ter em perspectiva nas instituições médicas a criação de centros especializados na saúde cardiovascular das mulheres que propicie a abordagem multidisciplinar desta população, incluindo ações de conscientização e agindo de forma preventiva e terapêutica, levando também em consideração os aspectos psicossociais e socioeconômicos envolvidos.
Desta forma, poderemos alcançar a redução dos desfechos cardiovasculares e seu impacto na saúde global das mulheres.
Por Dra. Adriana Moreira
Cardiologista intervencionista do Hcor
FONTE: https://www.hcor.com.br/hcor-explica/cardiologia
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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