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sábado, 13 de maio de 2017

LMC Leucemia Mieloide Crônica: ontem, hoje e amanhã

Imagem Ampulheta

O tratamento da leucemia mieloide crônica evoluiu tanto nos últimos anos que já falamos em interrupção da terapia nos pacientes que atingem respostas profundas

Por Tatiane Mota
Nos últimos anos, a medicina trouxe novidades que mudaram não só o cenário do tratamento da leucemia mielóide crônica (LMC) no Brasil e em todo o mundo, como também a vida de milhares de pessoas.
1998 – A esperança
Corre o final do milênio, quando os pacientes de LMC ainda realizam o tratamento com terapias que não combatem a doença diretamente – Hidroxiureia (Hydrea), Citarabina (Aracytin) e Interferon. Não é fácil, uma vez que ele ainda é paliativo. As medicações têm a função de reduzir o crescimento da divisão das células leucêmicas, mas apenas 30% dos casos apresentam redução relevante. A pessoa até corrige o exame de sangue, mas, em três ou quatro anos, a LMC evolui para uma fase acelerada e depois muito aguda que acaba a levando a morte, em até um ano.
Nesta época, apenas o transplante de medula óssea alogênico (aparentado) produz uma remissão da doença com respostas duráveis. Para fazê-lo, sabe-se, é preciso um doador compatível de medula óssea e o pós-transplante costuma ser marcado por um tratamento duro, assim como a recuperação do paciente.
A medicação revolucionária que mudaria para sempre a vida de quem tem LMC já vem sendo testada, nos Estados Unidos: Mesilato de Imatinib. Tomado de forma oral, ele vai direto ao ponto, na alteração genética que dá origem à doença. E faz parar o crescimento das células leucêmicas, com o cromossoma Philadelfia+, descoberto em 1960 na Universidade da Pensilvânia (tecnicamente, ele inibe a substância Tirosina Quinase, que deixa a enzima BCR-ABL inativa. É ela que bloqueia os processos celulares que fazem com que a medula óssea normal se torne maligna).
O resultado das primeiras pesquisas clínicas são empolgantes: ao comparar o uso do Imatinibe com o tratamento à base de Interferon + Citarabina, todos os participantes que apresentaram resposta na ação das células nos primeiros 12 meses de uso da medicação, sobrevivem sem progressão da doença para fase acelerada ou para crise aguda por, pelo menos, cinco anos.
2001 – A Revolução
Imatinibe então é aprovado pelo FDA – Food and Drug Administration (agência que testa e aprova medicamentos nos EUA) em maio de 2001 como a medicação principal para o tratamento de LMC. No Brasil, no mesmo ano, o Ministério da Saúde passa a distribuir o medicamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) aos pacientes – mas como tratamento de segunda linha – aquele feito depois de comprovada a ineficácia do primeiro, no caso, à época, o Interferon.
2006 – Nova opção
O uso do Dasatinibe foi autorizado pelo FDA, no Estados Unidos, medicamento oral também com a finalidade de inativar a enzima BCR-ABL, para aqueles pacientes que não respondiam mais ao Imatinibe.
2007 – Mais um medicamento
Neste ano, o Nilotinibe foi aprovado pelo FDA, no Estados Unidos, como opção de tratamento oral para a LMC naqueles pacientes que não respondiam mais ao Imatinibe.
2008 – Boa notícia
Enfim, o Imatinib é aprovado como medicação principal (primeira linha) para o tratamento dos pacientes brasileiros. Neste mesmo ano, o Dasatinibe chegou ao Brasil, com indicação para pacientes que não respondiam ao tratamento com Imatinibe.
2009 – Novidade chega ao país
Nilotinibe foi aprovado no Brasil como medicamento de segunda linha, para quem não respondia ao Imatinibe.
2012 – Imatinibe made in Brasil
Uma década depois do surgimento do Imatinibe, com resultados positivos em mais de 80% dos casos, é a vez de crianças e adolescentes com leucemia mieloide crônica e linfoblástica aguda terem acesso ao medicamento, após uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o Centro Infantil Boldrini apontar resultados positivos com a droga. Ao final deste mesmo ano, o Governo Federal informa que o Imatinibe passa a ser produzido no Brasil, em parceria com os laboratórios públicos Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, e o Instituto Vital Brazil, além de quatro empresas privadas.
2013 – A evolução continua
Logo no início do ano, em janeiro, o primeiro lote do medicamento produzido por aqui é distribuído em todo o país.
2016 – A favor da saúde
Nilotinibe e Dasatinibe são aprovados pela Anvisa como medicamentos de primeira linha no Brasil.
Agora
Atualmente, os pacientes são aconselhados a realizar o tratamento de maneira ininterrupta, por toda a vida. Mas são vários os estudos em andamento para entender se é possível descontinua-lo e, ainda assim, ficar em remissão completa.
Durante o ASH 2016 foi apresentado um importante estudo a este respeito, o Euro-Ski, realizado com 821 pacientes com LMC em resposta molecular profunda (ou seja, sem a presença da doença nos exames), em tratamento com Imatinibe, Nilotinibe e Dasatinibe por pelo menos 3 anos.
Os resultados mostraram que cerca de metade dos pacientes não recidivou após a suspensão da terapia e a sobrevida livre de recorrência molecular aconteceu em 61% após seis meses da pausa e em 53% ao fim de 18 meses. Porém, houve perda molecular em 373 pacientes, e a maior parte das recidivas ocorreu nos seis primeiros meses após a suspensão dos inibidores de tirosina quinase.
Estamos próximos a uma resposta definitiva sobre descontinuar ou não o tratamento da LMC. Mas enquanto estes resultados não se tornam oficiais na ciência, é muito importante que o paciente faça seu tratamento exatamente da maneira que foi indicada pelo médico.
Para saber mais informações sobre a LMC, seu sintomas e tratamento, acesse aqui. (http://www.abrale.org.br/lmc/o-que-e )
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://abrale.org.br/revista-online/lmc-ontem-hoje-e-amanha/

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