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domingo, 3 de novembro de 2013

COMBINAÇÃO TRIPLA DE MEDICAMENTOS PARA A PRESSÃO ARTERIAL E ANALGÉSICOS AGRAVA OS PROBLEMAS RENAIS?



Os doentes renais que tomam uma combinação tripla de medicamentos para a pressão arterial e analgésicos correm um risco acrescido de se depararem com graves problemas renais, especialmente na fase inicial do tratamento, alega um recente estudo realizado por um grupo de investigadores em Montreal, Canadá. Esta tese foi publicada no início deste mês no portal do British Medical Journal. As reações à investigação, dentro da própria comunidade científica, são ambivalentes.

A insuficiência renal aguda é um dos maiores problemas de saúde pública. Ocorre em mais de 20% dos pacientes hospitalizados e é associada a cerca de metade de todas as mortes potencialmente evitáveis em hospital. Geralmente é ativada por reações adversas aos medicamentos, mas ainda se sabe pouco sobre a segurança das combinações de diferentes fármacos.

Neste sentido, uma equipa de investigadores do Jewish General Hospital e da McGill University of Montreal, Canadá, dedicou-se a avaliar se determinadas combinações de fármacos para baixar a pressão arterial (os chamados anti-hipertensivos) e de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) estão relacionadas com um risco acrescido de perda da função renal.

Habitualmente, estes medicamentos são prescritos em conjunto, sobretudo a idosos com várias doenças crónicas.

Recorrendo à maior base de dados digital do mundo de registos de cuidados primários, os investigadores identificaram 487.372 pessoas às quais foram prescritos anti-hipertensivos entre 1997 e 2008. Entre os fármacos receitados, contam-se a enzima conversora da angiotensina (ECA), os antagonistas do recetor da angiotensina (ARBs) e diuréticos, conjuntamente com AINEs.

O estudo aponta para o facto de estes pacientes terem sido acompanhados durante cerca de 6 anos. E durante esse período, foi diagnosticada uma insuficiência renal aguda a 2215 destes pacientes, o que levou a que 7 em 10 000 indivíduos por ano tenham sido hospitalizados ou dialisados por estes motivos.

Os resultados revelam que os pacientes que seguiram uma terapia baseada numa combinação assente em dois fármacos – de um diurético com um ECA ou de um ARB com um AINE – não viram aumentado o risco de insuficiência renal.

Por sua vez, a combinação de três medicamentos – um diurético combinado com um ECA(os inibidores da enzima conversora da angiotensina) ou com um ARB(Bloqueador do receptor de angiotensina (antagonista), um medicamento para o tratamento da pressão arterial alta) e ainda com um AINE(anti-inflamatório não esteróide) – foi associada a um aumento de 31% da taxa de insuficiência renal, particularmente elevada nos primeiros 30 dias de tratamento.

Estes resultados permaneceram consistentes depois de um ajustamento, através de fatores “confounding” (é uma variável de um modelo estatístico que se correlaciona tanto com a variável independente, como com uma das outras variáveis), e de um controlo, através de outras fontes potenciais de enviesamento.

Risco absoluto é baixo, mas “os médicos e os pacientes devem estar vigilantes”

“Embora os fármacos anti-hipertensivos tragam benefícios cardiovasculares, a vigilância deve ser garantida quando estes são combinados com AINEs”, defendem os autores do estudo. “Deve tomar-se maior atenção, em particular, na fase inicial do tratamento”, acrescentam. Por consequência, os autores deste estudo alegam que deve ser prática clínica “uma escolha mais apropriada dos medicamentos analgésicos e os anti-inflamatórios disponíveis [no mercado]”.

Investigadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine já comentaram o estudo realizado a partir de Montreal, afirmando que esta investigação constitui “um passo importante na direção correta”, embora “provavelmente subestime o verdadeiro peso da [toma do] medicamento associado à insuficiência renal aguda”.

Ainda está por apurar se as próprias combinações duplas são “realmente” seguras, acrescentam os cientistas da London School of Hygiene and Tropical Medicine, no próprio editorial ao estudo realizado por investigadores do Jewish General Hospital e da McGill University of Montreal.

FONTE:
 http://www.bmj.com

obs.conteúdo meramente informativo consulte seu médico
abs,
Carla

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