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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Novidades no Tratamento do Câncer de Próstata


Muitas pesquisas sobre câncer de próstata estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em prevenção, detecção precoce e tratamentos:


  • Alterações Genéticas


Durante as últimas décadas as pesquisas têm feito grandes progressos sobre as diferenças entre células normais e células cancerígenas. Os pesquisadores começam a entender melhor como essas diferenças levam células normais a crescer e se disseminar para outras partes do corpo. Dessa forma, as novas pesquisas sobre genes ligados ao câncer de próstata permitem um melhor entendimento de como o câncer de próstata se desenvolve. 

Isso pode tornar possível o desenho de medicamentos para essas mudanças. Testes para detectar genes anormais do câncer de próstata também podem identificar os homens com alto risco que se beneficiariam de um rastreamento mais intenso ou a partir de estudos de quimioprevenção. 

Recentemente, uma mutação no gene HOXB13 foi associada ao câncer de próstata inicial hereditário. Esta mutação é rara,  e encontrada em menos do que 2% dos homens com câncer de próstata estudados. 

O gene HOXB13 e a maioria dos genes estudados até agora são a partir de cromossomos herdados dos pais. Algumas pesquisas descobriram que uma determinada variante do DNA mitocondrial, herdado apenas da mãe, pode duplicar ou mesmo triplicar o risco de um homem de desenvolver câncer de próstata.

Um dos maiores problemas é determinar quais os tipos de câncer de próstata tendem a permanecer dentro da glândula e quais têm maior probabilidade de crescer e se disseminar. Novos estudos parecem caminhar para isso, por exemplo, o produto do gene EZH2 surge com mais frequência em câncer de próstata avançado do que em estágio inicial. Isso poderá ajudar a definir quais homens devem fazer tratamento e quais podem ser mantidos em regime de vigilância ativa.


  • Prevenção


Os pesquisadores continuam procurando alimentos que podem levar a um menor risco de câncer de próstata. Algumas substâncias no tomate (licopeno) e na soja (isoflavonas) ajudam a prevenir o câncer de próstata. Também está em andamento o desenvolvimento de compostos relacionados para uso como suplementos dietéticos. Até agora, a maioria das pesquisas sugere que uma dieta equilibrada que inclua estes alimentos, assim como frutas e legumes, traz maiores benefícios do que ingerir essas substâncias como suplementos dietéticos.

Alguns estudos sugerem que certos suplementos vitamínicos e minerais, como vitamina E e selênio, podem reduzir o risco de câncer de próstata. Mas um grande estudo sobre essa questão, denominado Selênio e Vitamina E na Prevenção do Câncer (SELECT), descobriu que nem a vitamina E, e nem suplementos de selênio reduzem o risco de câncer de próstata, mesmo após o uso diário por 5 anos.

Outra vitamina que pode ser importante é a vitamina D. Alguns estudos determinaram que homens com altos níveis de vitamina D parecem ter um risco menor para a doença. Entretanto, globalmente, os estudos não concluíram que a vitamina D proteja contra a doença.

Muitas pessoas assumem que as vitaminas e outras substâncias naturais não causam nenhum dano, mas pesquisas recentes mostraram que altas doses podem ser prejudiciais, incluindo os suplementos comercializados especificamente para o câncer de próstata.

Os pesquisadores também testaram medicamentos hormonais, como os inibidores da 5-alfa redutase, como forma de reduzir o risco de câncer de próstata.


  • Detecção Precoce


Os médicos concordam que o antígeno prostático específico (PSA) não é um exame perfeito para diagnosticar o câncer de próstata, por deixar de lado alguns tipos de câncer e algumas vezes mostrar-se elevado quando a doença não está presente.

Uma abordagem é tentar melhorar o exame que mede o nível de PSA total. O PSA livre é uma maneira de fazer isso, embora exija dois exames separados. Outra opção poderia ser medir apenas o PSA complexo (a porção de PSA que não é livre), em vez do PSA total e livre. Este exame pode fornecer a mesma quantidade de informações que os outros dois feitos separadamente. Estudos estão em andamento para ver se este exame oferece o mesmo nível de precisão.

Outra abordagem é o desenvolvimento  de novos exames baseados em outros marcadores tumorais. Novos exames de sangue parecem ser mais precisos do que o PSA. Os primeiros resultados foram promissores, mas ainda não estão disponíveis fora dos laboratórios de pesquisa.

Outros novos exames sendo estudados são os de urina, um deles avalia o nível do antígeno do câncer de próstata 3 (PCA3) na urina. Quanto maior o nível, mais provável a presença de doença. 

Outro exame em estudo procura por uma alteração anormal no gene TMPRSS2: ERG em células prostáticas. Esta alteração no gene é encontrada em cerca da metade de todos os cânceres de próstata.  


  • Diagnóstico


As biópsias da próstata muitas vezes dependem da ultrassonografia transretal, que cria imagens em preto e branco para mostrar os locais de onde podem ser removidas amostras de tecido. Mas o ultrassom normal não pode detectar algumas áreas cancerígenas.

Uma nova abordagem é medir o fluxo de sangue dentro da glândula usando o eco-Doppler colorido, o que permite biópsias mais precisas.

Uma técnica ainda mais recente pode aumentar a precisão do Doppler colorido. Esta técnica envolve a administração de uma injeção com um agente de contraste contendo microbolhas. Os resultados são promissores, entretanto mais estudos ainda são necessários.

Os médicos também estão avaliando o uso da ressonância magnética para auxiliar nas biópsias da próstata em homens com resultados negativos nas biópsias guiadas por ultrassom transretal, e que o médico ainda suspeita da presença da doença.


  • Estadiamento


O estadiamento desempenha um papel fundamental na decisão do tratamento. Os exames de imagem para câncer de próstata, como tomografia computadorizada e ressonância magnética não conseguem detectar todos os cânceres, especialmente as pequenas áreas nos gânglios linfáticos.

Um novo método, chamado de IMR de aumento, pode ajudar a diagnosticar a doença nos gânglios linfáticos. Primeiro, os pacientes fazem a ressonância magnética padrão, depois são injetados minúsculas partículas magnéticas e um novo exame é realizado no dia seguinte. As diferenças entre essas duas varreduras apontam as possíveis células cancerígenas nos gânglios linfáticos. Os primeiros resultados desta técnica são promissores, mas ainda são necessárias mais pesquisas antes que se torne amplamente utilizada.

Um novo tipo de tomografia por emissão de pósitrons, que utiliza acetato de carbono radioativo em vez de FDG também pode ser útil na detecção da doença em diferentes partes do corpo, bem como para determinar se o tratamento foi eficaz. Estudos dessa técnica estão em andamento.


  • Cirurgia


Se os nervos que controlam as ereções devem ser removidos na cirurgia, o homem se tornará impotente. Atualmente, alguns médicos estão explorando o uso de enxertos de nervos para restaurar a potência. Estes enxertos podem ser nervos removidos de outras partes do corpo ou artificiais. Esta ainda é considerada uma técnica experimental, e nem todos os médicos concordam quanto à sua utilidade. 


  • Radioterapia


Os métodos atualmente utilizados, como a radioterapia conformacional, radioterapia de intensidade modulada e radioterapia com feixes de prótons permitem o tratamento apenas da glândula prostática e evitam a irradiação dos tecidos normais, tanto quanto possível. Entretanto, estudos em andamento visam detectar quais as técnicas de radioterapia são mais adequadas para grupos específicos de pacientes com câncer de próstata.

A tecnologia está tornando outras formas de radioterapia mais eficazes. Novos programas de computador permitem um melhor planejamento das doses de radiação, tanto para radioterapia externa como para braquiterapia. O planejamento braquiterápico pode ser feito até durante o procedimento cirúrgico. 


  • Tratamentos para Câncer em Estágio Inicial


Os pesquisadores estão voltados para novas formas de tratamento para a doença em estágio inicial, que podem ser utilizados como tratamento principal ou após a radioterapia.

Um tratamento, conhecido como ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU), destrói as células cancerígenas, aquecendo-as com feixes ultrassônicos. Estudos estão em andamento para determinar sua segurança e eficácia.


  • Alterações Nutricionais e no Estilo de Vida


Um estudo determinou que homens com nível de PSA alto após a cirurgia ou radioterapia, que tomaram suco de romã tiveram uma diminuição razoável no nível de PSA. Estudos estão em andamento para tentar confirmar estes resultados.

Um pequeno estudo mostrou que o uso diário de linhaça parece diminuir o ritmo com que as células cancerígenas se multiplicam. Entretanto, mais pesquisas ainda são necessárias para confirmar este achado.

Outro estudo evidenciou que homens que optaram por não fazer tratamento para o câncer de próstata localizado foram capazes de retardar seu crescimento alterando seu estilo de vida. Eles mantiveram uma dieta vegetariana e praticaram exercício com frequência. Eles também participaram de grupos de apoio e de yoga. 

Após um ano, esses homens tiveram, em média, uma ligeira queda no nível do PSA. Não se sabe se esse efeito vai durar uma vez que o estudo acompanhou os homens por apenas 1 ano.


  • Hormonioterapia


Várias novas formas de hormonioterapia foram desenvolvidas nos últimos anos. Algumas delas podem ser úteis mesmo se a terapia hormonal não esteja mais respondendo. Alguns exemplos incluem a abiraterona e o enzalutamide.

Outro medicamento novo que funciona de maneira semelhante, é o orteronel. Esta droga pode ter como alvo o CYP17, e pode acabar com a necessidade do uso de esteroides, como prednisona, junto com o tratamento. Atualmente, o orteronel está disponível apenas em ensaios clínicos.

Os inibidores de 5-alfa redutase, como a finasterida e a dutasterida, são medicamentos que bloqueiam a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona. Estes medicamentos são normalmente utilizados para reduzir a próstata em homens com hiperplasia prostática benigna. Eles também estão em fase de estudo para o tratamento de câncer de próstata, quer para completar a vigilância ativa ou se o nível de PSA sobe após prostatectomia.


  • Quimioterapia


Estudos recentes têm mostrado que muitas drogas quimioterápicas como o docetaxel e a cabazitaxel aumentam a sobrevida. Outras drogas quimioterápicas e novas combinações de medicamentos estão sendo estudados.


  • Vacinas


Vários tipos de vacinas para estimular a resposta do sistema imunológico às células cancerígenas estão em fase de ensaios clínicos. Ao contrário das vacinas contra infecções, como sarampo, essas vacinas são projetadas para tratar, e não prevenir a doença. Uma possível vantagem deste tipo de tratamento é que parece ter menos efeitos colaterais. Exemplo deste tipo de vacina é o sipuleucel-T.

Outra vacina para o câncer de próstata (PROSTVAC-VF) usa um vírus geneticamente modificado para conter o antígeno prostático específico (PSA). O sistema imunológico do paciente deve responder ao vírus e começar a reconhecer e destruir as células cancerígenas contendo PSA. Os primeiros resultados desta vacina são promissores.

Muitas outras vacinas para o câncer de próstata estão em desenvolvimento.


  • Outros Medicamentos


O medicamento ipilimumabe tem como alvo certas células brancas do sangue que ajudam a controlar o sistema imunológico. Este medicamento é usado para tratar o melanoma avançado, e está sendo testado em homens com câncer de próstata avançado.


  • Terapia Alvo


A terapia alvo ataca o funcionamento interno das células cancerosas, a programação que as torna diferentes das células normais e saudáveis​​. Cada tipo de terapia alvo funciona de forma diferente, mas todas alteram a forma como uma célula cancerosa cresce, se divide, se repara ou interage com outras células. 

A cabozantinibe, também conhecida como XL184, é ​​um novo medicamento que tem como alvo a proteína MET, bem como um efeito sobre a angiogênese visando a proteína VEGFR. Em estudos anteriores, este medicamento mostrou diminuir tumores ósseos ou até destruir o tumor em muitos homens cujo câncer de próstata não estava mais respondendo aos hormônios. A cabozantinibe também bloqueia o crescimento do tumor (fora dos ossos) e alivia a dor. O efeito durou em média cerca de 6 meses. Ainda não está claro se esse medicamento aumenta a sobrevida.


  • Inibidores da Angiogênese


O crescimento de tumores de próstata depende do crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) para nutrir as células cancerígenas. Os cânceres que estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos são mais difíceis de tratar.

Novas drogas em estudo poderão ser úteis para parar o crescimento do câncer de próstata, impedindo a formação de novos vasos sanguíneos. Várias drogas antiangiogênicas estão em fase de testes, uma delas é a talidomida. Ele está sendo combinada com a quimioterapia em ensaios clínicos para o tratamento de homens com câncer de próstata avançado. Também mostrou que melhora a eficácia da terapia hormonal. Embora os resultados sejam promissores, esta droga pode causar efeitos colaterais, como danos nos nervos e coágulos sanguíneos.


  • Tratamento de Metástases Ósseas


Os médicos também estão estudando o uso de ablação por radiofrequência para ajudar no controle da dor em pacientes com metástases ósseas. Na ablação, o médico usa a tomografia computadorizada ou o ultrassom para guiar uma sonda até o tumor. Uma corrente de alta frequência enviada pela sonda aquece e destrói o tumor. A ablação já é utilizada no tratamento de tumores em outros órgãos, como o fígado, mas sua utilização no tratamento da dor óssea ainda é nova. Ainda assim, os resultados iniciais são promissores.

Fonte: American Cancer Society 24/02/2014

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
extraído:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/novidades/1953/149/

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