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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Número de idosos quase triplicará no Brasil até 2050

Em uma época de crise econômica, dúvidas sobre o futuro político do país e insegurança frente ao que está por vir, uma coisa é certa: o Brasil está envelhecendo — e mais rápido do que se imagina. É o que diz um estudo divulgado nesta quarta-feira, véspera do Dia Internacional do Idoso, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento, o número de pessoas com mais de 60 anos no país deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de 2050, ela quase triplicará no Brasil.
Por aqui, a porcentagem atual, de 12,5% de idosos, deve alcançar os 30% até a metade do século. Ou seja, logo logo seremos considerados uma nação envelhecida — conforme a OMS, essa classificação é dada aos países com mais de 14% da população constituída de idosos, como são, atualmente, França, Inglaterra e Canadá, por exemplo.
Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional para Longevidade no Brasil e membro da Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis aos Idosos da OMS, explica que o crescimento dos idosos reflete o comportamento da população brasileira nas últimas décadas, que está com uma taxa de natalidade abaixo da taxa de reposição:
— Enquanto a expectativa de vida aumenta, a taxa de natalidade diminui. No Brasil, há mais de 15 anos nascem menos crianças que o necessário para repor os pais, ou seja, os casais estão tendo uma média de filhos inferior a dois. Enquanto isso, as pessoas estão vivendo por mais tempo. O resultado desta equação é um crescimento muito rápido na proporção de idosos no país.
Conforme Renato Bandeira de Mello, geriatra e professor da Faculdade de Medicina da UFRGS, enquanto países como a França levaram em média um século para se tornarem países envelhecidos, no Brasil este processo está ocorrendo de forma muito mais rápida.
Isso porque a redução na taxa de natalidade ocorreu muito próxima a um período de melhorias nas condições sociais da população, o que vem sendo observado desde a década de 1980:
— Tivemos melhoras significativas em diversos âmbitos da sociedade, como o acesso à informação, que resulta no aumento da prevenção contra doenças e gravidez indesejada, assim como a criação do Sistema Único de Saúde, que promoveu um maior acesso à saúde, entre outras coisas. Apesar disso, podemos observar que o Brasil ainda não está preparado para atender adequadamente os idosos, e isso tende a piorar na medida em que essa população vai crescendo e se tornando mais relevante.
Viver mais não significa viver melhor
A conclusão do estudo, que em um primeiro momento pode refletir um avanço na qualidade de vida da população, preocupa especialistas. Isso porque, junto com o aumento na expectativa de vida, vem o alerta: viver mais não significa viver melhor. E, no Brasil, esse impasse é mais latente.
Segundo Kalache, enquanto em países europeus o processo de envelhecimento da população aconteceu de forma lenta e somente depois de um enriquecimento das nações, na qual problemas de infraestrutura já estavam resolvidos, o mesmo não ocorreu por aqui:
— O envelhecimento da população brasileira é um grande desafio para todos nós, pois vivemos em um país na qual ainda temos diversos problemas estruturais para serem resolvidos, como o sistema de saúde público, que é deficitário, um ensino básico de baixa qualidade, entre outros. E isso se reflete na qualidade de vida dos idosos.
De acordo com o relatório da OMS, um brasileiro que vive 75 anos teria uma média de 65 anos com qualidade de vida, sendo os últimos 10 associados a doenças, dependência de cuidados especiais e deficiências.
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— Enquanto isso, em muitos países, como em grande parte daqueles do norte da Europa, as pessoas tem uma expectativa de vida acima dos 80 anos, e um número de anos perdidos com doenças inferior a 10. Elas vivem mais mais tempo e com melhor qualidade — compara o especialista.
Este é, inclusive, um dos pontos principais levantados pelo relatório da OMS, que rejeita o estereótipo dos idosos como frágeis e dependentes, destacando que, enquanto algumas pessoas mais velhas exigirão cuidados e apoio, as populações idosas, em geral, são muito diversas e podem fazer várias contribuições para as famílias, comunidades e sociedade em geral.
Para Bandeira, um dos principais desafios atuais do Brasil melhorar a qualidade de vida dos idosos está relacionado à qualidade do atendimento primário de saúde e à formação de profissionais especializados em terceira idade:
— Precisamos incrementar políticas públicas de promoção e proteção à saúde ao idoso, assim como formar profissionais da saúde que tenham os conhecimentos fundamentais a respeito das peculiaridades do envelhecimento, como mudanças físicas, sociais e psíquicas, para que melhores condições de saúde e cuidado sejam oferecidas a essa população.
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
extraído:http://coisadevelho.com.br/numero-de-idosos-quase-triplicara-no-brasil-ate-2050/

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