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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

BIÓPSIA RENAL

BIÓPSIA RENAL | Indicações, precauções e riscos.

A biópsia renal é um procedimento onde um pequeno fragmento do rim, de aproximadamente 1 a 2 cm de comprimento com largura de um grão arroz, é obtido. Como este fragmento em mãos, pode-se avaliar microscopicamente o comprometimento das estruturas dos rins e estabelecer diagnósticos, prognósticos e indicações para iniciar ou não tratamentos.

Como é feita a biópsia renal?

A biópsia renal é feita com uma agulha própria para o procedimento, exemplificada na foto abaixo.
O procedimento é normalmente realizado com o paciente deitado de barriga para baixo. Com um aparelho de ultrassonografia localiza-se o rim e define-se o ponto que será biopsiado.
A biópsia renal é chamada de percutânea por ser feita através da introdução da agulha pela pele até se chegar ao rim.
Biópsia renal
Agulha de biópsia renal
Após limpeza da pele e anestesia local, entra-se com a agulha na região lombar, logo abaixo da última costela, geralmente auxiliado pelo ultra-som. A agulha tem um mecanismo automático que, ao ser acionado pelo médico, retira um pequeno fragmento do tecido renal. O processo é feito 2 vezes para que se obtenha 2 amostras.
Biópsia renal
O procedimento quando bem feito é praticamente indolor e dura cerca de 20 a 30 minutos. Após cessado o efeito do anestésico, pode haver uma pequena dor ou desconforto no local da punção nos primeiros dias.
A biópsia só deve ser feita em ambiente hospitalar. Após o procedimento, o paciente deve ficar internado para permanecer pelo menos 12 horas em repouso absoluto, devido ao risco de sangramento.

Quais são as complicações da biópsia renal?

Basicamente a única complicação importante da biópsia renal é o sangramento. O rim é um órgão bastante vascularizado e é praticamente impossível não se acertar um vaso pequeno durante a punção com a agulha de biópsia. Como a biópsia é feita de modo percutâneo, não temos como comprimir a região sangrante e a única opção é esperar que o próprio sistema de coagulação do organismo interrompa a perda de sangue.
Todos os pacientes sangram. Alguns em maior, outros em menor quantidade.
- Até 80% dos pacientes apresentam hematúria (sinais de sangue na urina) nas análises de urina após a biópsia.
- 15% apresentam hematúria visível a olho nu.
- Em 3-5 % dos casos o sangramento pode ser tão grande que uma transfusão de sangue é necessária.
- Em 0,5% dos procedimentos, o paciente precisa ir à cirurgia para controlar a hemorragia.
- Em 0,3% é necessário retirar o rim para estacar o sangramento.
- Em 0,02% dos casos o paciente vai a óbito por complicações da biópsia renal.

Esses números são minimizados se a biópsia for bem indicada e o médico tiver experiência no procedimento. Porém, como qualquer procedimento médico invasivo, por mais que se faça tudo corretamente, existem sempre riscos inerentes ao próprio ato.

O que deve ser feito antes da biópsia renal?

Antes da biópsia, o paciente deve ter pelo menos uma ultrassonografia renal, para se descartar a presença de tumores ou cistos que possam ser acidentalmente atingidos pela agulha.
O aspecto do rim também deve ser levado em conta, uma vez que, por serem compostos basicamente de fibrose (cicatriz), rins atrofiados não fornecem informações na biópsia. Nestes casos, o risco do procedimento supera os seus benefícios.
O ultra-som também é importante para se identificar casos de rim único, que é uma contra-indicação a biópsia renal percutânea. Em rins únicos, a biópsia renal é feita em um procedimento cirúrgico, com visualização direta do rim. É chamada de biópsia à céu aberto.
Análises de sangue, principalmente com avaliação da coagulação são importantes para se diminuir a incidência de hemorragias. Análises de urina podem ser solicitadas para se avaliar a presença de infecção urinária, também uma contra-indicação a biópsia.
Uma história clínica deve ser colhida, focando principalmente fatores que possam favorecer sangramentos, entre eles, o uso de anticoagulantes como Heparina e Varfarina, ou antiagregantes plaquetários como aspirina, ticlopidina e clopidogrel. Anti-inflamatórios também interferem na cascata de coagulação e podem facilitar complicações. Essas drogas devem ser suspensas pelo menos 1 semana antes da biópsia.
Contra-indicações à biópsia renal percutânea
- Rins atrofiados ao ultra-som
- Rim único
- Rins policísticos 
- Alterações da coagulação nas análises de sangue
- Uso de drogas que influenciam na coagulação
- Hipertensão não controlada 
- Infecção urinária ativa
- Lesões de pele no sítio da biópsia
- Hidronefrose (vias urinárias obstruídas)
- Paciente não cooperativo

Para que serve a biópsia renal?

A biópsia renal é normalmente solicitada naqueles caso de doenças dos rins que não conseguem ser elucidados apenas pela avaliação clínica e laboratorial. A análise do fragmento pelo microscopia é uma ferramenta poderosa que estabelece o diagnóstico definitivo na maioria dos casos.
As principais indicações são para a biópsia renal renal são:
- Síndrome nefrótica ou proteinúrias maiores que 1-2 gramas por dia 
- Suspeita de glomerulonefrites 
- Insuficiência renal aguda de causa indeterminada 
- Alterações da creatinina sem causa evidente, principalmente se acompanhada de hematúria e/ou proteinúria 
- Sinais de acometimento renal pelo Lúpus (

Hematúrias isoladas sem hipertensão, alteração da creatinina ou proteinúria não precisam ser biopsiadas uma vez que apresentam bom prognóstico e não há tratamento específico para esses casos. Hematúrias maciças sem evidencias de origem glomerular, normalmente não vêm dos rins, e sim, de outros pontos da vias urinárias. Portanto, não há motivos para a biópsia renal nestes casos.
Proteinúrias pequenas, menores que 1g por dia, sem outros sinais e sintomas, também não precisam se biopsiadas por também não apresentarem indicação de tratamento específico.
Não se biopsia o rim quando a causa da lesão renal é óbvia como no diabetes de longa data, por exemplo 
É importante salientar que a biópsia é apenas uma minúscula amostra do tecido renal. Às vezes, por azar, esse pequeno fragmento é de uma região do parênquima renal que não apresenta sinais de doença, impedindo que se faça o diagnóstico do caso. Em caos com esse, é preciso repetir a biópsia renal na tentativa de se apanhar uma região que esteja acometida.
Biópsia renal dá diagnóstico de câncer do rim?
Não, a biópsia renal não tem esse propósito. Se o paciente descobriu um tumor renal suspeito em algum exame de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, o ideal é retirar o tumor cirurgicamente para que ele possa ser avaliado por um patologista.
obs..conteúdo meramente informativo consulte seu médico
abs,
Carla

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