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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Fisioterapia em Sequela Funcional em Cirurgia de Cabeça e Pescoço


Cabeça e pescoço é uma especialidade cirúrgica que trata principalmente dos tumores benignos e malignos da região da face, cavidades nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, paratireoide, glândulas salivares, dos tecidos moles do pescoço  e tumores de pele da face e couro cabeludo.

Dentre as cirurgias mais comumente realizadas pela especialidade, podemos citar as tireoidectomias, traqueostomias, cirurgias de glândulas salivares (parótida, submandibular), tumores da boca e da laringe.

Em oncologia, a diferenciação do tipo, tamanho e localização do tumor são fatores primordiais, influenciando diretamente o tipo de intervenção cirúrgica. Em algumas cirurgias de cabeça e pescoço, o procedimento requer algumas retiradas radicais, além do tumor, o esvaziamento ganglionar cervical também torna-se necessário.

A principal preocupação do cirurgião é a de extirpar o tumor, atuando com margens de segurança, de maneira que se consiga diminuir ou anular os riscos de recidiva ou disseminação da doença. Na tentativa de erradicar o câncer, é comum termos como consequência das cirurgias, sequelas estéticas e funcionais. Radioterapia e quimioterapia podem ser necessários como tratamento adjuvante.

A face é amplamente acometida no pós-operatório de cirurgias de cabeça e pescoço, devendo ser motivo de atenção pela deformidade que traduz, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico.

Algumas sequelas, como edema, alterações de sensibilidade e da mímica facial, instalam-se imediatamente no pós-operatório de cabeça e pescoço, podendo evoluir indesejavelmente quando não tratadas.

O edema no pós-operatório de cabeça e pescoço é consequência da obstrução linfática e venosa devido à secção de seus vasos no transcurso da cirurgia, ou da compressão mecânica produzida por hematomas. Se houver o esvaziamento ganglionar o linfedema poderá aparecer. Esse processo pode ser agravado quando o paciente é submetido à radioterapia, pois o  edema torna-se localizado e organizado, propiciando então o aparecimento de tecido fibroso, que tende a encolher, podendo levar também à formação de aderências. O tratamento deve ser feito com drenagem linfática e aplicação da taping linfático.

Se houver lesão nervosa do nervo facial, ocorrerá a paralisia facial. Se houver a retirada do nervo espinhal acessório, o paciente terá dificuldade em levantar e abrir o braço devido a paralisia do músculo trapézio, que poderá vir acompanhada de instabilidade da escápula e dor; e a isso chamamos de Síndrome do Ombro Doloroso. Esse quadro é tratado com técnicas de mobilização articular, fortalecimento e alongamento muscular, o uso do kinesiotaping pode ser associado para estabilizar a articulação do ombro.

Trismo que é a dificuldade para abrir a boca, com endurecimento da articulação temporo mandibular (ATM), pode ocorrer de 3 a 6 meses após a cirurgia ou principalmente após a radioterapia. Exercícios  para abertura de boca são realizados associado a técnicas de massoterapia e terapia manual.

A reabilitação difere em cada caso e o paciente deve ser instruído com noções básicas da anatomia e fisiologia muscular, necessárias para melhor compreensão dos procedimentos e objetivo do tratamento.

Os exercícios são propostos de acordo com a avaliação fisioterapêutica e o tratamento direcionado às necessidades particulares de cada paciente, dando maior ênfase aos segmentos mais comprometidos. Mas é importante ressaltar e ter a visão global do paciente. A dor torna-se um fator limitante de algumas atividades diárias, antes mesmo da falta ou diminuição de um movimento. Lança-se mão de algumas técnicas que visam o alívio da dor, como a eletroterapia, acupuntura, relaxamento e alongamentos, para então iniciarmos com as atividades para restauração de mobilidade articular das estruturas envolvidas, força muscular e até mesmo melhora da sensibilidade local. Aparelhos de eletroestimulação ou laserterapia podem ser associados em alguns casos.

O tratamento da fisioterapia pode ser longo em alguns casos, mas o sucesso é obtido com a aplicação de técnicas adequadas, regularidade e comprometimento do paciente. O mais importante é a abordagem inicial ser imediata para oferecer uma melhora da qualidade de vida


Até a próxima!

Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi
Fisioterapeuta

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
extraído:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fisioterapia-em-sequela-funcional-em-cirurgia-de-cabeca-e-pescoco/8236/897/

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