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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Classificando o Câncer de Mama


As amostras de biópsia de tecido mamário são analisadas no laboratório para determinar se o câncer de mama está presente e em caso afirmativo, a tipo que pertence. Alguns testes de laboratório podem ser realizados para determinar a rapidez com que um câncer evolui e, até certo ponto, quais tratamentos são susceptíveis de serem eficazes. Em algumas circunstâncias esses testes não são realizados até que todo o tumor seja removido cirurgicamente seja por cirurgia conservadora ou mastectomia. 

Se uma condição benigna é diagnosticada, nenhum tratamento adicional é necessário. Ainda assim, é importante que o médico explique se essa condição benigna pode determinar um aumento do risco de câncer de mama no futuro e o tipo de acompanhamento que você pode precisar. 

Tipos de Câncer de Mama 

O tecido removido durante uma biópsia ou cirurgia é analisado para determinar a presença (ou não) de câncer. Se houver tecido suficiente, o patologista pode determinar se o câncer é in situ (não invasivo) ou invasivo. Na análise da amostra da biópsia também se determina o tipo específico de câncer, por exemplo, se é carcinoma ductal invasivo ou carcinoma lobular invasivo. 

Em uma biópsia por agulha fina, em alguns casos, não são removidas as quantidades de células necessárias, por isso  é apenas possível dizer que células cancerosas estão presentes, sem determinar se o câncer é invasivo ou in situ.  

Os tipos mais comuns de câncer de mama, o ductal invasivo e o lobular invasivo, de forma geral, são tratados da mesma maneira. 

Grau do Tumor

O patologista também atribui uma nota para o câncer, que é baseada em quão a amostra de biópsia se parece com o tecido mamário normal e a rapidez com que as células cancerosas se dividem. O grau pode prever o prognóstico de uma mulher. Em geral, menor grau indica um câncer de crescimento mais lento e é menos provável de se espalhar, enquanto um grau mais alto indica um câncer de crescimento mais rápido, mais provável de se espalhar. O grau do tumor é um fator importante para a continuação (ou não) do tratamento após a cirurgia. 

O grau histológico do tumor se baseia no arranjo das células em relação às outras células; se formam túbulos; quanto se assemelham às células mamárias normais (grau nuclear); e quantas das células cancerosas estão em processo de divisão (contagem mitótica). Este sistema de classificação é usado para cânceres invasivos. 


  • Grau 1 (Bem diferenciado) - Tem células de aparência normal, que não parecem estar crescendo rapidamente e são organizadas em pequenos túbulos.

  • Grau 2 (Moderadamente diferenciado) - Têm características entre os tipos 1 e 3.

  • Grau 3 (Pouco diferenciado) - O mais alto grau, as células não têm características normais e tendem a crescer e se espalhar de forma mais agressiva.


Carcinoma Ductal In Situ

O estadiamento do carcinoma ductal in situ é baseado apenas em quão anormais as células cancerosas se parecem (grau nuclear). A presença de necrose (áreas de células cancerosas mortas) também é observada. O termo comedocarcinoma é frequentemente usado para descrever carcinoma ductal in situ com necrose. Os termos comedocarcinoma e comedonecrosis estão relacionados a um grau mais elevado de DCIS.

Outros fatores importantes que podem afetar o prognóstico de uma paciente com carcinoma ductal in situ, incluem a margem cirúrgica (o quão perto a doença está  da borda da amostra) e o tamanho (quantidade de tecido mamário afetado pelo carcinoma ductal in situ). Os tumores in situ maiores, têm um alto grau nuclear ou necrose e são mais propensos a ter uma área de câncer invasivo, assim como também são mais propensos a recidivar após o tratamento. Se as células cancerígenas se encontram ou estão na proximidade da borda da amostra, aumenta o risco de recidiva. 

Receptor de Estrogênio e de Progesterona

Os receptores são proteínas em determinadas células que podem se ligar a determinadas substâncias, como hormônios, que circulam no sangue. As células mamárias normais e algumas células do câncer de mama contêm receptores que se ligam ao estrogênio e à progesterona. Estes dois hormônios muitas vezes estimulam o crescimento das células cancerosas da mama. 

Um passo importante na avaliação do câncer de mama é verificar se a amostra de tecido da biópsia tem receptores de estrogênio e de progesterona. As células cancerosas podem não ter receptor algum, um ou ambos os receptores. Os cânceres de mama com receptores de estrogênio são referidos como RE-positivo (RE+), enquanto que aqueles com receptores de progesterona são chamados RP-positivo (RP+). 

O câncer de mama com receptores hormonais positivos tende a crescer mais lentamente e são mais propensos a responder à terapia hormonal do que o câncer de mama sem esses receptores. 

Todos os cânceres de mama, deverão ser verificados para estes receptores hormonais ou na amostra de biópsia, ou quando são removidos cirurgicamente. Dois de cada 3 cânceres de mama têm, pelo menos, um desses receptores. Este percentual é maior em mulheres mais velhas do que em mulheres mais jovens. 

HER2

Um em cada 5 cânceres de mama têm uma proteína em excesso que promove seu crescimento denominada HER2. O gene HER2 instrui as células para produzir esta proteína. Os tumores com aumento dos níveis de HER2 são referidos como HER2-positivo. 

Mulheres com câncer de mama HER2-positivo têm muitas cópias do gene HER2, resultando em maior quantidade da proteína HER2. Esses cânceres tendem a crescer e se espalhar de forma mais agressiva do que outros tipos de câncer de mama. 

Todos os tumores de mama devem ser testados para o status HER2. As duas formas mais comuns para determinar o status HER2 são: 


  • Exame Imunohistoquímico - Detecta o número de genes receptores da proteína HER2 nas células cancerígenas.

  • Hibridização Fluorescente In Situ (FISH) - Detecta o número de genes HER2 nas células cancerígenas.


O exame FISH é considerado mais preciso do que o imunohistoquímico. No entanto, é mais caro e demora mais para se obter os resultados. Na maioria das vezes, o imunohistoquímico é realizado inicialmente. Se os resultados são 1+ ou 0 o tumor é considerado HER2-negativo. Pacientes com tumores HER2-negativos não são tratados com medicamentos como o trastuzumabe, que visam os receptores HER2. Se o resultado for 3+, o tumor é HER2-positivo. As pacientes com tumores positivos para HER2 podem ser tratadas com o trastuzumabe. Quando o resultado é 2+, o estado de HER2 do tumor não é claro. Isso geralmente requer a realização de FISH. Alguns centros também usam FISH para confirmar o status HER2, que mostrou 3+ por imunohistoquímica, enquanto outros somente fazem o FISH. 

A hibridização cromogênica in situ (CISH), um novo tipo de exame, funciona de forma semelhante ao FISH, usando pequenas sondas de DNA para determinar o número de genes HER2 nas células do câncer de mama. Mas, este exame procura por mudanças de cor (não fluorescência) e não necessita de um microscópio especial, o que poderia torná-lo menos caro. Neste momento, ele não está sendo utilizado tanto quanto o imunohistoquímico e o FISH.  

Taxa de Proliferação Celular e de Ploide 

O nível de ploidia das células cancerosas se refere à quantidade de DNA presente nas mesmas. Se existe uma quantidade normal de DNA nas células, são referidas como diploide. Se a quantidade é anormal, as células são descritas como aneuploides. Este tipo de exames pode determinar o prognóstico, mas raramente altera o tratamento e são considerados como exames opcionais. Esses exames não são recomendados como rotineiros para investigação e diagnóstico do câncer de mama.  

A fração da fase S é a porcentagem de células numa amostra que replicam o DNA. Replicação do DNA significa que a célula se prepara para se dividir em duas novas células. A taxa de divisão das células cancerígenas também pode ser estimada pelo exame Ki-67. Se a fração da fase S ou o índice Ki-67 estão elevados, isso significa que as células cancerosas se dividem mais rapidamente, o que indica um câncer mais agressivo. 

Testes Genéticos Padrão 

Os pesquisadores descobriram que observar o perfil de expressão gênica pode ajudar a prever se um determinado tipo de câncer de mama em estágio inicial tem maior probabilidade de recidivar após o tratamento inicial. Dois desses testes, que avaliam os diferentes conjuntos de genes, já estão disponíveis: o Oncotype DX® e o MammaPrint® 

Oncotype DX - Esse exame é feito para verificar se o tratamento adicional (adjuvante) com quimioterapia (após a cirurgia) pode ser útil em mulheres com determinados cânceres de mama em estágio inicial que normalmente têm uma pequena chance de recidiva (como os que são receptores hormonais positivos). Este exame observa um conjunto de 21 genes nas células da amostra do tumor para determinar uma pontuação recorrente, que é um número entre 0 e 100: 


  • Pacientes com pontuação até 17 têm um baixo risco de recidiva se forem tratadas com terapia hormonal. Essas provavelmente não se beneficiariam de quimioterapia.
  • Pacientes com pontuação entre 18 e 30 tem um risco intermediário e algumas podem se beneficiar de quimioterapia. 
  • Pacientes com pontuação acima de 30 tem um risco elevado e são susceptíveis de se beneficiarem de quimioterapia associada à terapia hormonal. 


O exame estima o risco e ajuda a prever quem pode se beneficiar da quimioterapia. Ainda assim, ele não mostra com clareza se determinada paciente terá recidiva com ou sem quimioterapia. É uma ferramenta que pode ser usada, juntamente com outros fatores, para ajudar a orientar pacientes e médicos a decidirem se o tratamento adicional pode ser útil. 

MammaPrint - É usado para determinar qual a probabilidade dos cânceres de mama serem susceptíveis de metástases após o tratamento inicial. Esse exame analisa a atividade de 70 genes diferentes, para determinar se o câncer é de baixo ou alto risco. Até agora, porém, ele não foi estudado para ver se os resultados são úteis para orientar o tratamento. 

Classificações do Câncer de Mama 

A pesquisa sobre padrões de expressão gênica também sugere algumas novas maneiras de classificar os cânceres de mama. Os tipos atuais estão baseados em como os tumores se parecem quando vistos sob um microscópio. A classificação mais recente, com base em características moleculares, divide os cânceres de mama em 4 grupos. Esse exame, denominado PAM50, está atualmente disponível, mas ainda não claro se é mais útil na definição do tratamento do que os exames para determinar a presença de receptores hormonais e HER2: 


  • Luminal A e Luminal B - Os tipos luminais são os receptores de estrogênio positivo. O padrão da expressão genética destes cânceres são semelhantes aos das células normais que revestem os ductos e glândulas mamárias (o interior de um ducto ou de uma glândula é chamado de lúmen). Cânceres luminais A são de baixo grau, tendem a crescer de forma relativamente lenta, e têm um melhor prognóstico. Cânceres Luminais B geralmente crescem um pouco mais rápido do que os luminais A e seu prognóstico não é tão promissor.  

  • HER2 - Estes cânceres têm cópias extras do gene HER2 e, geralmente, aspecto de alto grau ao microscópio. Esses cânceres tendem a crescer mais rapidamente e possuem um pior prognóstico, embora muitas vezes possam ser tratados com sucesso com terapias específicas, como o trastuzumabe e o lapatinibe, que normalmente são administradas junto com a quimioterapia.

  • Basal - A maioria destes cânceres é tipo triplo-negativo, isto é, não possuem receptores de estrogênio ou de progesterona e têm quantidades normais de HER2. Os padrões de expressão genética destes cânceres são semelhantes as células das camadas basais mais profundas dos ductos e glândulas mamárias. Este tipo é mais comum entre pacientes com mutações no gene BRCA1. Por razões que não são bem compreendidas, esse tipo de câncer é mais comum entre as mulheres mais jovens e em mulheres negras. Estes são os cânceres de alto grau que tendem a crescer rapidamente e têm um prognostico pior. A terapia hormonal e as terapias anti-HER2, como trastuzumabe e lapatinibe, não são eficazes contra esses tipos de câncer, embora a quimioterapia possa ser útil.  Muitas pesquisas estão em andamento para encontrar melhores formas para tratar esses cânceres. 


Espera-se que com essas novas formas de classificação da doença os médicos possam definir e individualizar o tratamento do câncer de mama, no entanto, são necessárias mais pesquisas nesta área antes de que isso seja viável.


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
extraído:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/classificando-o-cancer-de-mama/6572/264/

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