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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Tratamentos do Câncer de Cabeça e Pescoço: Câncer de Boca e Orofaringe : Tratamentos do - Cirurgia para

Cirurgia para Câncer de Boca e Orofaringe

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 11/04/2015 - Data de atualização: 07/12/2017


Vários tipos de cirurgias podem ser realizadas para tratar o câncer de boca e de orofaringe, dependendo da localização e estadiamento do tumor:

Ressecção do Tumor

Neste procedimento, o cirurgião remove todo o tumor e uma área de tecido aparentemente normal em torno do tumor, como margem de segurança. O tumor primário pode ser removido utilizando uma variedade de abordagens:

  • Cirurgia Micrográfica de Mohs. É um procedimento utilizado para tratamento de tumores cutâneos com controle microscópico de margens. O procedimento consiste na retirada cirúrgica da lesão, que é acompanhada e controlada por um exame microscópico do tumor que mostra se ele foi totalmente retirado (ou não). Caso a lesão não tenha sido totalmente extirpada, o exame micrográfico aponta exatamente onde existe tumor remanescente até que todo o tecido tumoral seja retirado. Esta técnica permite reduzir a quantidade de tecido normal removida com o tumor, limitando também alterações profundas na aparência do paciente em função da cirurgia.

  • Glossectomia. A glossectomia consiste na remoção da língua, para o tratamento do câncer de língua. Quando o tumor é pequeno é realizada apenas a glossectomia parcial, mas para tumores de maiores dimensões, a língua inteira pode precisar ser removida (glossectomia total).

  • Mandibulectomia. A mandibulectomia ou ressecção mandibular consiste na remoção de todo ou parte do osso do queixo (mandíbula). Este procedimento é realizado quando o tumor se desenvolve dentro do osso maxilar. Se em uma radiografia, o osso mandibular apresenta um aspecto normal e não havendo evidência que o câncer se disseminou para o seu interior, é realizada apenas uma ressecção mandibular parcial, também conhecida como mandibulectomia marginal, onde apenas um pedaço do osso da mandíbula é removido. Entretanto, se a imagem da radiografia evidenciar que o tumor invadiu o osso da mandíbula, será necessária a remoção completa da mandíbula, denominada mandibulectomia segmentar. Neste procedimento, a parte da mandíbula removida pode ser substituída com um pedaço de osso retirado de outra parte do corpo, como a fíbula ou o osso da bacia.  Dependendo da situação, algumas vezes, pode ser implantada, no lugar da mandíbula, uma placa de metal.

  • Maxilectomia. Se o câncer se desenvolveu no palato duro, será necessária a remoção de todo ou parte do osso maxilar. Este procedimento cirúrgico é conhecido como maxilectomia ou maxilectomia parcial. Neste tipo de cirurgia o orifício criado no céu da boca será preenchido com uma prótese especial.

  • Cirurgia Robótica. O uso da cirurgia robótica transoral vem aumentando para a ressecção dos cânceres de garganta (incluindo a orofaringe). Na última década, como as cirurgias abertas podem provocar alguns problemas, estes cânceres estão sendo tratados com quimioirradiação (quimioterapia combinada com radioterapia). Entretanto, as cirurgias robóticas mais recentes permitem que o cirurgião remova todo o tumor com menos efeitos colaterais. Os pacientes cujos tumores são totalmente removidos cirurgicamente podem não necessitar de outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia.

  • Laringectomia. Muito raramente, a cirurgia para remoção de tumores grandes na língua e orofaringe exige a remoção de tecidos de regiões que servem para a deglutição. Quando isso acontece, o alimento pode entrar na traqueia e atingir os pulmões, o que  provoca um quadro de pneumonia por aspiração. Nestes casos, é realizada a laringectomia, isto é, a remoção da laringe junto com o tumor primário. Quando a laringe é removida, a traqueia é acoplada a um estoma na pele, na parte anterior do pescoço, para o paciente poder respirar.

Esvaziamento Cervical

Os cânceres de boca e orofaringe, muitas vezes se disseminam para os gânglios linfáticos do pescoço. Dependendo do estágio e da localização do tumor, pode ser necessário remover os gânglios linfáticos e tecidos adjacentes. Este procedimento é realizado no momento da cirurgia de remoção do tumor principal, e, é denominado esvaziamento cervical. 

Existem vários tipos de procedimentos para o esvaziamento cervical, que diferem em relação a quantidade de tecido a ser removido, em função do tamanho do tumor e sua disseminação para os linfonodos:

  • Esvaziamento parcial ou seletivo, apenas alguns linfonodos são removidos.
  • Esvaziamento radical modificado, a maioria dos linfonodos de um lado do pescoço entre o osso maxilar e a clavícula, bem como algum tecido muscular e nervoso são removidos.
  • Esvaziamento cervical radical, quase todos os linfonodos de um lado, bem como os músculos, nervos e veias são removidos.

Os efeitos colaterais mais comuns do esvaziamento cervical são dormência da orelha, fraqueza ao levantar o braço acima da cabeça e fraqueza do lábio inferior.

Após um procedimento de esvaziamento cervical, o paciente deverá fazer um acompanhamento com fisioterapeuta para reativar por meio de exercícios especiais o movimento do pescoço e ombro.

Reconstrução Cirúrgica

Muitas vezes é necessária a realização de cirurgias de reconstrução para restaurar a estrutura ou função de áreas afetadas por procedimentos mais extensos realizados para a remoção do tumor.

Para reparar áreas grandes afetadas, uma parte de músculo com ou sem pele pode ser deslocado a partir de uma área próxima, como o tórax ou parte superior do dorso.

Hoje, graças aos avanços da cirurgia microvascular, os cirurgiões têm mais opções para a reconstrução da boca e orofaringe. Tecido de outras áreas do corpo, como intestino, músculo do braço, músculo abdominal, ou osso da perna, podem ser usados para substituir partes da boca, garganta ou do osso maxilar.

Traqueostomia

A traqueostomia é uma incisão feita na pele, na parte anterior do pescoço, para o interior da traqueia, com o objetivo de ajudar o paciente a respirar.

Se edema (inchaço) nas vias aéreas é esperado durante o período pós-cirúrgico, o médico pode realizar uma traqueostomia temporária para permitir que o paciente respire com mais facilidade até que o inchaço desapareça.

A traqueostomia permanente é necessária após a laringectomia total.

Sonda de Gastrostomia

A sonda de gastrostomia (tubo G) é um tubo de alimentação que é inserido através da pele e músculo do abdôme diretamente no estômago. Este tubo é geralmente inserido durante a cirurgia, mas também pode ser colocado por via endoscópica. Quando o tubo de alimentação é colocado por endoscopia, é denominado gastrostomia endoscópica percutânea.

Os pacientes com sonda de gastrostomia são alimentados com nutrientes líquidos especiais que são administrados através da sonda. 

Extração Dentária e Implantes

Antes do tratamento radioterápico e quimioterápico é importante o paciente passar por uma avaliação odontológica. Dependendo do tratamento a ser realizado e condição dos dentes do paciente, alguns ou mesmo todos os dentes podem ser removidos antes do início do tratamento. Este procedimento pode ser realizado por um dentista ou por um cirurgião de cabeça e pescoço. Se os dentes quebrados ou com abscessos não forem removidos, são grandes as chances de desenvolver infecções graves, quando o tratamento radioterápico ou quimioterápico seja realizado. 

Riscos da Cirurgia e Efeitos Colaterais

Toda cirurgia tem um risco, incluindo formação de coágulos sanguíneos, infecções, complicações de anestesia e pneumonia. Estes riscos geralmente são baixos, mas em cirurgias de grande porte, eles podem ser significativos.

Se a cirurgia não for muito complexa, o único efeito colateral pode ser um pouco de dor, que se necessário, é tratado com medicamentos.

A cirurgia de tumores grandes ou de difícil acesso pode ser complexa, e os efeitos colaterais podem incluir infecção, abertura da ferida, problemas com alimentação ou fala. A cirurgia também pode alterar de forma importante a fisionomia da pessoa, principalmente se os ossos da face ou mandíbula forem removidos. A habilidade do cirurgião é muito importante para minimizar estes efeitos colaterais.

  • Impacto da Glossectomia. A maioria das pessoas ainda consegue falar, se apenas uma parte da língua é removida, mas muitas vezes sua fala não é tão clara como antes da cirurgia. A língua desempenha papel importante na deglutição, de modo que esta também pode ser afetada. Nestes casos, é recomendado acompanhamento fonoaudiológico e exercícios específicos para deglutição.

  • Impacto da Laringectomia. Após a laringectomia, o paciente passa a respirar pela traqueostomia, de modo que o ar que chega aos pulmões será seco e frio, o que pode causar irritação no revestimento dos brônquios e produzir muco. Por isso, é muito importante aprender a cuidar do estoma, de modo a manter suas vias aéreas abertas e limpas. O médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde ensinará como cuidar e proteger o estoma, incluindo as precauções para evitar que água entre na traqueia durante o banho, bem como manter pequenas partículas fora da traqueia.

  • Impacto da Remoção Óssea Facial. Alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço são tratados com cirurgias radicais, ou seja, com remoção de parte da estrutura óssea facial, causando alterações faciais visíveis. No entanto, avanços nas próteses faciais e na cirurgia reconstrutiva permitem que o paciente tenha uma aparência mais próxima ao normal e uma fala mais clara em casos de cirurgias de garganta.

Fonte: American Cancer Society (08/08/2016)
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abs
Carla
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