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sábado, 10 de dezembro de 2016

A DIABETES, A ADOLESCÊNCIA E A SAÚDE OCULAR

adolescente-saude-ocularNa primeira semana de novembro, eu e TiaBeth comparecemos ao evento “Saúde Ocular e Diabetes” em São Paulo, a convite da Bayer. Parecia que iria ser apenas uma apresentação de algum novo medicamento, em que médicos e representantes do laboratório fariam discursos burocráticos demonstrando a eficácia do produto. Eu estava enganado.
Na ocasião, aquela indústria farmacêutica fez a apresentação do Eylia, um medicamento recém aprovado pela ANVISA destinado ao tratamento do Edema Macular Diabético (EMD). O EMD é uma complicação comum causada pelo aumento de açúcar no sangue, que leva a alterações nos vasos sanguíneos de todo o corpo, incluindo os vasos do olho, especificamente da parte posterior do olho chamada de retina e sua porção central denominada mácula.
O Edema Macular Diabético (EMD) é um dos maiores causadores de cegueira nas pessoas em idade produtiva no mundo, e diferentemente de boa parte dos outros problemas de visão, esta patologia também se manifesta em pessoas mais jovens com diabetes. Felizmente, “o diagnóstico precoce do EMD possibilita que, em alguns casos, a visão do paciente seja recuperada, impactando positivamente na sua vida social, permitindo a retomada das atividades rotineiras e devolvendo sua produtividade”, afirmou durante o evento, o médico oftalmologista Dr. Arnaldo Furman Bordon, membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo e diretor do Setor de Saúde Ocular da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Além de oftalmologistas, o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Dr. Luiz Turatti, discorreu sobre a Diabetes e suas Complicações, apresentando ainda mais números estatísticos nada otimistas em relação ao panorama da diabetes no país.
E tudo indicava que teríamos um desfecho previsível daquele encontro até que chegou a vez do “Depoimento de paciente”. Foi quando surgiu Luciana, uma bela e simpática jovem de 31 anos diagnosticada com diabetes tipo 1 aos 10 anos de idade que, com uma voz penetrante, falava ao microfone com bastante desenvoltura. Ela disse residir na cidade de Votorantin, interior de São Paulo, e começou contando que seu drama se iniciou no dia seguinte às festas de ano novo quando, ao acordar, abriu os olhos e percebeu não enxergar mais nada.
Na busca de uma solução para o seu problema, com sua incansável mãe sempre ao seu lado, Luciana passou por muitos percalços, e nos narrou das dificuldades em se viver com a visão bastante comprometida, quase cega. Desnecessário falar o quão desagradável deve ter sido sua experiência, a qual não imaginamos nem em nossos piores pesadelos. Porém, pelo menos esta história teve um final feliz. Após tentar diversos tratamentos, Luciana finalmente veio a utilizar o Eylia que lhe poupou de um futuro incerto e de trevas. Hoje ela enxerga quase que normal.
Luciana fazendo seu depoimento durante evento da BayerLuciana fazendo seu depoimento durante evento da Bayer

A ADOLESCÊNCIA

Em seu depoimento, esta jovem testemunha disse que atualmente utiliza uma bomba de insulina, demonstrou ser altamente disciplinada e ter sólidos conhecimentos sobre dietas e controle de glicemia. Despertou-me a curiosidade em saber então por que ela foi “vítima” de tão severa complicação, o EMD? A explicação veio em seguida.
– “Eu fui uma adolescente rebelde, tinha a glicemia descontrolada. Se me mandavam não comer, eu comia”, falou.
Imediatamente lembrei-me do desespero de muitos pais de jovens adolescentes diabéticos que insistem em negligenciar o controle de suas próprias glicemias. Este é um fato bastante comum, e vários são os motivos.
A preferência de viver em grupos é a principal característica do adolescente. Para fazer parte de um grupo, o jovem deve se parecer e ter afinidades com seus membros. Controlar o diabetes pode diferenciá-lo dos demais, o que não seria bom para a sua reputação. Algo incompreendido pelos pais, é que o adolescente escuta e respeita mais a opinião do grupo do que a deles próprios.
Ao mesmo tempo, em seu processo de crescimento, o jovem busca tornar-se independente, sobretudo dos pais, ainda que economicamente seja dependente deles. Esse afastamento gera conflitos pessoais e, porque não, familiares.
timidez também pode ser algo que prejudica o controle. Muitos jovens de personalidade tímida querem manter em segredo as suas diabetes, mesmo que para isso tenham que deixar de aplicar a insulina quando necessária.
Conhecer essas poucas características da adolescência, pode ser o primeiro passo para a retomada de um diálogo, talvez prejudicado pelos diferentes universos vividos por cada faixa etária. Vencer esta etapa requer muita compreensão e paciência por parte dos pais.
Para a sorte de todos, a adolescência é apenas uma fase do desenvolvimento psicológico que um dia acaba. Mas enquanto não chega a seu fim, exames como o HbA1C e a simples verificação do consumo de insulina e de suprimentos, como tiras de medição de glicose e agulhas, podem revelar se o gerenciamento realizado pelo jovem sob seus cuidados, está satisfatório ou não.
Atravessar este momento com um mínimo de controle da glicemia, já previne uma série de complicações desagradáveis.

marido-tiabeth
Ney Limonge é psicanalista e editor do TiaBeth.com. Escreve o blog Psicoanalisando quando lhe sobra tempo e também o Blog da TiaBeth. Ele não tem diabetes.

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://www.tiabeth.com/index.php/2016/11/13/a-diabetes-a-adolescencia-e-a-saude-ocular/

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